Alan Diego diz à CPI do 8/1 ter sido ameaçado por "elemento da extrema direita" para transportar bomba em Brasília

"Eu levei, porque tinha que levar para eu não sofrer represália. Eu tenho medo", disse Alan Diego em depoimento à CPI do Distrito Federal que apura os atos golpistas

Alan Diego presta depoimento à CPI do DF que apura os atentados de 8 de janeiro
Alan Diego presta depoimento à CPI do DF que apura os atentados de 8 de janeiro (Foto: Reprodução)


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247 - Em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quinta-feira (29), Alan Diego dos Santos denunciou ter sido ameaçado por um "elemento da extrema direita” para transportar um artefato explosivo que foi colocado em um caminhão tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília em dezembro de 2022.

“Precisava colocar [a bomba] para manter minha família em segurança. Eu levei, porque tinha que levar para eu não sofrer represália. Eu tenho medo. Não sei se na minha família alguém já morreu, ninguém deixa eu falar com a minha família", disse Alan Diego, segundo o G1.

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Ao ser questionado pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), sobre quem seria o autor das ameaças, o depoente preferiu permanecer em silêncio, apenas confirmando que se tratava de um "elemento da extrema direita". "Eu já estava sozinho aqui em Brasília. Se a pessoa mostrou pra mim o material e que ia fazer, como eu ia sair depois de ser ameaçado? Eu poderia não querer levar o artefato, eles 'sumir' comigo e me matar", justificou.

Alan Diego confessou à Polícia Civil que recebeu o artefato explosivo no caminhão-tanque no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Ele também afirmou ter colocado o explosivo no caminhão pessoalmente e disse que estava acompanhado por Wellington Macedo de Souza, que está foragido.

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Durante seu depoimento à CPI, Alan também revelou que no dia do incidente, ele entrou em contato com as autoridades policiais. "Liguei para a polícia informando, mas eles não entendiam. Quando cheguei na via, o caminhão já tinha saído e a caixa estava no chão", contou.

Ainda segundo ele, George Washington de Oliveira montou a bomba e a levou até o aeroporto a seu pedido. No entanto, quando indagado sobre esses detalhes, Alan Diego afirmou: "nunca neguei os fatos, mas essa parte eu prefiro falar com os delegados. É uma coisa sigilosa. Não posso falar sobre esse assunto". Apesar disso, o depoente ressaltou que, se dependesse dele, a bomba não explodiria: "da minha parte não ia ter explosão".

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Vale lembrar que, no mesmo dia, George Washington de Oliveira Sousa foi preso pela polícia sob suspeita de envolvimento no caso. Ele veio do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio a Jair Bolsonaro (PL), que ocorriam em frente ao quartel-general do Exército.

George Washington foi localizado e detido em um apartamento na região do Sudoeste e confessou que tinha a intenção de detonar a bomba nas imediações do aeroporto. Com ele, as autoridades apreenderam um arsenal composto por pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. Além disso, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas no apartamento.

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