Acampamentos no QG eram “situação incômoda” para governo e Exército, diz ex-ministro do GSI à CPI que apura atentados do 8/1
"O governo que assumiu herdou essa situação. Ela era incômoda, seja no governo, seja no Comando das Forças Armadas e das Forças de Segurança", disse o general Gonçalves Dias
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247 - O general Gonçalves Dias, ouvido nesta quinta-feira (22) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), criticou a manifestação golpista de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército. Segundo o Metrópoles, o militar disse que o movimento era visto como uma "situação incômoda” e que o ato "não deveria ter sido permitido".
Marco Edson Gonçalves Dias ocupava o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ele acabou solicitando a exoneração do cargo após a divulgação de imagens em que aparece circulando pelo Palácio do Planalto em meios aos golpistas.
Logo no início de seu depoimento, o general leu uma nota de defesa na qual destacou alguns pontos que poderiam ser questionados. Dias afirmou que a permanência dos acampamentos em frente ao quartel-general após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era algo desconfortável para todos.
"Permanecia, contudo, a situação embaraçosa dos acampamentos de apoiadores do ex-presidente diante do Quartel-General do Exército, algo que não deveria ter sido permitido e foi. O governo que assumiu herdou essa situação. Ela era incômoda, seja no governo, seja no Comando das Forças Armadas e das Forças de Segurança. Estávamos decididos a pôr fim a esses acampamentos", disse.
O ex-ministro do GSI também criticou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal por não ter incluído o GSI na reunião de preparação contra os atos golpistas. "A Secretaria de Segurança Pública do DF realizou uma reunião no dia 6 de janeiro com vários órgãos e setores encarregados da segurança e prevenção de distúrbios na Esplanada, mas não convidou o GSI para participar, isso é de conhecimento público."
A CPI em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal, que começou em fevereiro deste ano, já ouviu representantes do Exército, do governo Jair Bolsonaro (PL), da Polícia Militar do DF e da Secretaria de Segurança Pública da capital federal.
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