Voos do casal 20 seguem para o Conselho de Ética
Uso de avio da empreiteira Sanches Tripoloni ser levado nesta tera-feira comisso de tica pblica da presidncia; casal 20 continua sob presso e j se fala em Franklin Martins como possvel substituto do ministro Paulo Bernardo
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247 – A palavra “faxina” continua proibida no Palácio do Planalto, mas as turbulências na Esplanada dos Ministérios ainda não foram superadas. Nesta terça-feira, às 11h30, o PPS irá protocolar na Comissão de Ética da Presidência da República ofício com pedido para que o colegiado se pronuncie sobre a conduta do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Ele é alvo de denúncias envolvendo o suposto uso de aeronaves que pertencem a empresários, possivelmente beneficiados em negócios realizados com a Administração Pública, segundo informa o colunista paranaense Fabio Campana. Bernardo pode ter voado no jatinho da empreiteira Sanches Tripoloni, que realizou obras em Maringá, reduto eleitoral de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, com recursos do Dnit – 0 ministro diz não se lembrar se voou ou não no King Air da empreiteira.
O documento, que é assinado pelo vice-líder da Minoria, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), tem como destinatário o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence. O objetivo é questionar o colegiado para que este responda se Bernardo infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
O PPS observa que o artigo 7° do Código diz que: “A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade”.
Especulações em Brasília
Se dependesse da presidente Dilma, a “faxina” já teria sido encerrada há muito tempo. Mas, caso não cessem as pressões contra Paulo Bernardo, comenta-se que ela teria um ás na manga. O possível substituto seria o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins.
Pode ser fato ou apenas uma forma de arrefecer a onda de denúncias. Franklin é defensor da regulamentação dos meios de comunicação – o que no PT se chama de Ley de Medios, a exemplo do que se fez na Argentina – e seu nome pode fazer com que os adversários de Paulo Bernardo pensem da seguinte forma: ruim com ele, pior sem ele.
Leia, abaixo, reportagens do 247 sobre o uso de aeronaves privadas por Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
247 – O governo Dilma Rousseff se tornou prisioneiro da lógica da “faxina”. E agora, depois de brigar com quase todos os seus aliados, terá que trabalhar duro na Câmara e no Senado para impedir que um de seus ministros mais poderosos, Paulo Bernardo, das Comunicações, tenha que ir ao Congresso explicar por que utilizava o jatinho particular de uma empreiteira beneficiada com recursos do governo: a Sanches Tripoloni, de Maringá, base eleitoral de Bernardo e Gleisi.
A bancada do PSDB no Senado vai pedir nesta semana a convocação do ministro para que ele explique sua relação com a Sanches Tripoloni. Vale lembrar que a carona num jatinho de empresários com interesses no Ministério da Agricultura foi um dos motivos que precipitaram na semana passada a saída de Wagner Rossi do comando do ministério – uma vez que isso contaria o código de ética pública
Em julho, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a consultora Teresinha Nerone, amiga de Paulo Bernardo e sua mulher, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, trabalhou para convencer o Ministério dos Transportes a reajustar os valores de uma obra tocada pela Sanches Tripoloni: a construção do anel viário de Maringá (PR).
Leia, abaixo, reportagem publicada ontem pelo 247 sobre o caso:
247 – Mais cedo ou mais tarde, a “faxina” bateria à porta do PT. Ontem, foi a vez de Ideli Salvatti, ministra da Articulação Política, flagrada num grampo telefônico negociando cargos do Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura, de onde foram defenestrados mais de 20 quadros ligados ao PR, de Valdemar Costa Neto (leia mais). Hoje, é a vez do casal mais poderoso da República: Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Há mais de um mês, já corria à boca pequena, ou à boca maldita, como se diz em Curitiba, o rumor de que o ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, revelaria as ligações do casal com a empreiteira Sanches Tripoloni. Quando Pagot depôs, no Congresso, não falou nada e a suspeita se dissipou.
Mas, neste fim de semana, reportagem da revista Época levanta a suspeita de que o casal mantinha relações perigosas com a construtora. A começar pelo uso do jatinho particular de prefixo PR-AJT – não custa lembrar que a gota d´água para a demissão de Wagner Rossi, da Agricultura, foi o uso do avião da empresa Ourofino, ligada ao agronegócio.
O dono da aeronave PR-AJT, um King Air, é o empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da empreiteira. De acordo com a reportagem de Época, tanto Paulo Bernardo quando Gleisi Hoffmann usaram a aeronave – ela, quando não ocupava cargo público; ele, como ministro do Planejamento e responsável pela alocação das verbas federais.
Como ministro, Bernardo teria incluído a construção do Contorno Norte de Maringá entre as obras prioritárias do PAC. A obra, executada pela Sanches Tripolini, já custa o dobro do valor originalmente orçado.
Empresa inidônea
De acordo com o Tribunal de Contas da União, a Sanches Tripoloni é uma empresa considerada inidônea, em razão de outra obra executada no Paraná, a construção do contorno rodoviário de Foz do Iguaçu. Apesar disso, ela continuou recebendo recursos públicos – foram R$ 267 milhões no ano passado.
A empreiteira também doou recursos para campanhas eleitorais no ano passado. Foram R$ 7 milhões ao todo, dos quais R$ 510 mil para a de Gleisi Hoffmann ao Senado. Nem ele nem ela respondem sobre o uso do jatinho da empreiteira. Mas, nos próximos dias, parlamentares da oposição, encaminharão pedido de informações sobre quem voou no PR-AJT.
O governo Dilma, com menos de oito meses de vida, se tornou prisioneiro da “faxina”. E o PT, como se sabe, não é diferente nem melhor do que os outros partidos da base aliada.
E agora, Dilma?
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