Veja leva PT a defender regulação da mídia

Sem citar revista diretamente, resoluo do partido defende marco regulatrio para mdia e condena certos veculos que flertam com mecanismos ilegais"; abertura de congresso do partido contou com Dilma e Lula



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Evam Sena_247, em Brasília – O PT inicia nesta sexta-feira, 02, a segunda etapa do seu 4º Congresso Nacional, com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, para votar mudanças em seu estatuto. No texto original, de 24 páginas, apresentado na quinta-feira à Executiva Nacional, o partido ataca a “mídia conservadora”, a que chama de aliada da oposição e defende a democratização dos meio de comunicação e o fim do monopólio no setor.

A resolução preliminar, a ser analisada durante o congreso, diz que a falta de um marco regulatório e a concentração de veículos em poucas empresas “tolhem a democracia”, “silenciam”, “marginalizam” e impõem "uma única versão no país". “A oposição, apoiada – ou dirigida – pela conspiração midiática que tentou derrubar o presidente Lula, apresenta-se agora liderando uma campanha de 'apoio' à presidente Dilma, para que esta faça uma faxina no governo”, diz o texto, que condena “certos veículos que flertam com mecanismos ilegais".

Embora o novo estatuto não cite a revista Veja, o presidente do PT, Rui Falcão, condenou publicamente a matéria veiculada no último fim de semana que acusa o ex-ministro José Dirceu de conspirar contra o governo Dilma.

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Na semana passada, veio à tona que o repórter de Veja Gustavo Ribeiro tentou invadir o quarto que o ex-ministro José Dirceu se hospedava no Hotel Naoum em Brasília. O hotel registrou a ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia do DF, e o delegado Laércio Rosseto abriu inquérito, em que irá ouvir Dirceu e o jornalista.

Depois de divulgada a matéria por Veja, no fim de semana passado, o hotel acusou a revista de instalar ilegalmente câmeras nos corredores do estabelecimento. A reportagem traz imagens do petista com deputados, senadores, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, em momentos diferentes. O supervisor-geral do Naoum afirmou ao 247 que os registros não saíram do circuito interno de segurança.

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"A matéria da Veja foi um exemplo de jornalismo marrom da pior qualidade e ficamos todos indignados. Aliás, é uma constante dessa publicação produzir esse tipo de matéria”, disse Rui Falcão. No domingo, o partido deve votar uma moção de desagravo a Dirceu.

O PT quer deixar claro o incômodo pela chamada “faxina”, atribuindo a agenda à mídia e à oposição, com objetivo de “promover uma espécie de criminalização generalizada da conduta da base de sustentação” de Dilma no Congresso. O partido vai defender que a melhor forma para o combate aos maus feitos é a Reforma Política, com financiamento público de campanha e voto em lista fechada para deputados e vereadores.

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Apesar de não fazer críticas a Dilma, o partido quer refutar que as ações da presidente carimbem no governo Lula a marca da corrupção, já que muitos dos ministros demitidos foram herdados da gestão passsada. O novo estatuto vai defender o ex-presidente. “Nunca antes na história desde país, a corrupção foi combatida com tanta profundidade, como nos governos Lula e Dilma”, diz o texto inicial.

Polêmicas – Pontos polêmicos do novo estatuto foram suavizados para não causar constrangimentos a Dilma. Apesar de Lula defender o fim das prévias partidárias para escolha de candidatos, por pressão de aspirantes a prefeitos nas eleições de 2012, a cúpula do PT decidiu propor a dispensa de prévias desde que aprovada por 2/3 dos integrantes.

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O documento faz defesa de alianças, em 2012, com siglas que apoiam o governo, mas não cita como adversários o PSDB, DEM e PPS, como estava previsto anteriormente. Outra polêmica que vai gerar debate durante o Congresso a condição de filiação ao partido. Setores minoritários do PT querem restringir, mas o presidente do partido manifestou a necessidade de dobrar o número de filiados, que hoje é de 1,5 milhão.

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