Unida pelo impeachment, oposição celebra frente ampla contra o fascismo
PSOL, PT, PCdoB, PCB, PCO, PSTU e UP, além de juristas e mais de 400 organizações da sociedade entregaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o mais representativo dos 32 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro já protocolados. "Esse é o caminho, unidade pelo Brasil!", disse o deputado Marcelo Freixo
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247 - Líderes políticos de sete partidos de esquerda, juristas, intelectuais, artistas e movimentos protocolaram nesta quinta-feira, 21, um pedido coletivo de impeachment de Jair Bolsonaro.
O documento, assinado por PSOL, PT, PCdoB, PCB, PCO, PSTU e UP, além de mais de 400 organizações sindicais e da sociedade civil, acusa Bolsonaro de crimes de responsabilidade e de atentar contra a saúde pública e arriscar a vida da população pelo comportamento à frente da pandemia do coronavírus, entre outras práticas passíveis de punição com a perda do mandato.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse em entrevista coletiva que Bolsonaro age com descaso com as vítimas da covid-19, com os trabalhadores mais pobres e também com os donos de pequenos negócios. “Até agora o crédito não chegou e as pessoas estão sendo demitidas. Bolsonaro não tem condição alguma de governar, nem humana, de se colocar no lugar do outro, muito menos de proteger. Só saber brigar o tempo todo e vive o tempo todo em meio a crimes de todo tipo, inclusive de responsabilidade e eleitoral”, disse Gleisi.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que a unidade do campo da esquerda é o caminho para derrotar Jair Bolsonaro. "Demos hoje um passo essencial na construção da frente democrática para derrotar o fascismo bolsonarista. Mais de 500 organizações da sociedade civil e partidos de oposição apresentam juntos novo pedido de impeachment. Esse é o caminho, unidade pelo Brasil!", disse Freixo pelo Twitter.
Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, Guilherme Boulos (PSOL) disse que Bolsonaro é um “aliado do vírus” e por isso está sob observação de todo o mundo que, incrédulo, assiste a um líder que despreza as vítimas da doença. E destacou o perfil antidemocrático do presidente, que faz apologia à ditadura e à tortura, e destacou os crimes de responsabilidade que têm praticado até aqui e as tentativas de interferência na Polícia Federal para proteger seus filhos.
"A decisão de apoiar o pedido de impeachment está alicerçada no parecer de respeitados juristas e advogados(as), de que Bolsonaro cometeu graves crimes contra a Constituição Federal, contra interesses do país e do povo", justificou pelo Twitter a presidente do PCdoB, Luciana Santos sobre o apoio ao pedido de impeachment.
A entrega do pedido do afastamento de Bolsonaro foi precedida por ato em Brasília, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Central de Movimentos Populares (CMP) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-N). Participaram os juristas Celso Antonio Bandeira de Melo, Lênio Streck, Pedro Serrano, Carol Proner e os ex-ministros da Justiça Tarso Genro, José Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão, que participaram também da redação do pedido.
São necessários 342 votos na Câmara para se aprovar a abertura de um processo de impeachment. Para evitar o processo, o presidente precisa do voto de 171 deputados.
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