"Uma parceria de Moro com EUA visou destruir Lula", afirma defesa

Advogada do ex-presidente Lula, Valeska Martins alerta que os EUA viram no Judiciário brasileiro "o maior aliado" para ferir a soberania nacional. Cristiano Zanin Martins destacou o "jogo baixo da Lava Jato contra advogados". Outro defensor, Rafael Valim disse que o "lawfare", construído contra Lula, "é uma modalidade de guerra silenciosa"

Lula, Cristiano Zanin, Valeska Zanin, Rafael Valim e Sergio Moro
Lula, Cristiano Zanin, Valeska Zanin, Rafael Valim e Sergio Moro (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução | Reuters)


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247 - Advogada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Valeska Martins alertou para a influência dos Estados Unidos na condenação do petista pelo ex-juiz Sérgio Moro. As entrevistas foram concedidas ao Diario de Noticias, maior jornal de Portugal.

"Após ter descoberto petróleo na camada pré-sal e definido a sua partilha, o Brasil se tornou um alvo dos EUA, tanto é que em 2013 houve uma primeira investida com a espionagem da Petrobras, da então presidente da República Dilma Rousseff e membros do alto escalão de seu Governo", disse.

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"Havia, da parte dos EUA, o interesse de mudar esse jogo e viram no Sistema de Justiça do Brasil o maior aliado para isso. Levámos aos processos como prova disso, por exemplo, um vídeo em que um procurador norte-americano, em uma reunião em 2017 com o então procurador-geral da República do Brasil, afirmou claramente que fez uma aliança com procuradores brasileiros baseada na 'confiança' e fora dos canais oficiais para construir acusações contra Lula", acrescentou.

De acordo com a defensora, "isso somente foi possível porque o então juiz Moro e os procuradores da Lava Jato queriam fama e poder e também porque tinham a ambição de realizar muitas palestras que tinham as acusações contra o ex-presidente Lula como ponto central".

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Outro advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins afirmou que, "para viabilizar essa atuação ilegítima, como é parte do lawfare, conseguiram o apoio de uma parte significativa dos media para promover uma verdadeira campanha visando criar um ambiente artificial de culpa contra Lula". 

"Uma parte dos media brasileiros dedicou muitas horas de televisão e muitas páginas de jornais e revistas para atacar Lula com base exclusivamente no material que era divulgado pela Lava Jato", disse.

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O defensor também alertou para o "jogo baixo da Lava Jato contra advogados que cumprem o seu papel não é uma novidade". "Em 2016 a Lava Jato tentou intimidar a defesa técnica do ex-presidente Lula de outras formas. O então juiz Moro chegou até a autorizar a gravação do principal ramal do nosso escritório sob a desculpa de ter-se confundido, para ficar ouvindo as conversas que nós mantínhamos entre advogados e também as minhas conversas com Lula sobre a estratégia de defesa", disse. 

"Quando levamos o caso do ex-presidente Lula ao Comité de Direitos Humanos da ONU sabíamos que o Sistema de Justiça do Brasil passava por grandes problemas. E está na raiz desses problemas justamente o lawfare", complementou.

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Rafael Valim, que também integra a defesa do ex-presidente, afirmou que o "lawfare constitui um novo tipo de guerra, muito sofisticado e menos custoso do que as 'velhas guerras'; não substitui os tanques e as munições, senão que se coloca como uma alternativa ou um complemento muito eficaz para a destruição de inimigos". 

"Até pelo hermetismo da linguagem jurídica, incompreensível para a maioria das pessoas, o lawfare é uma modalidade de guerra silenciosa, discreta, porém de consequências tão ou mais devastadoras do que as guerras convencionais".

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