Um novo mensalão dentro do Ministério das Cidades
J se foram quatro ministros ea bola da vez pode ser Mario Negromonte, das Cidades, acusado de pagar mesada de R$ 30 mil a deputados dentro do Ministrio
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247 – Dilma Rousseff se tornou prisioneira da “faxina”. Já demitiu quatro ministros – Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim e Wagner Rossi – e diz que não terá tolerância alguma com o “malfeito”. A faxina rende apoio popular e ela hoje tem índices de aprovação superiores aos de seus dois antecessores – Lula e Fernando Henrique Cardoso. Mas a faxina também gera cobrança por mais e mais... faxina. E a cada semana que passa, a dúvida em Brasília é saber quem será a próxima “bola da vez” – aquele ministro escolhido para receber todos os disparos da imprensa, até a queda definitiva. O governo Dilma tem hoje um moribundo, que é Pedro Novais, do Turismo, uma articuladora política sem credibilidade, que é Ideli Salvatti (leia reportagem sobre os grampos que a envolvem com a corrupção nos Transportes), e um mais novo candidato a bola da vez: é Mario Negromonte, o ministro das Cidades. O motivo? Ele é acusado de distribuir uma mesada de R$ 30 mil – isso mesmo, um novo Mensalão – aos parlamentares que o apoiam.
A denúncia foi publicada na revista Veja desta semana. De acordo com a reportagem, Negromonte estaria oferecendo a mesada aos parlamentares do próprio PP, para que tenha apoio interno e seja mantido no Ministério. A denúncia já teria sido levada à ministra da Articulação Política, Ideli Salvatti. O problema é que não se sabe quem cairá antes – se Negromonte, com seu mensalinho, ou Ideli, com sua rede de influência no Dnit, o órgão das grandes obras no Ministério dos Transportes.
Terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores, o PP comanda o Ministério das Cidades, que tem orçamento de R$ 22 bilhões e executa obras de saneamento em diversas regiões do País. O PP também é “donatário” de uma das principais diretorias da Petrobras – a de Abastecimento, comandada pelo técnico Paulo Roberto Costa. Por isso mesmo, o cargo é tão importante e estaria sendo disputado pelo atual ministro, Negromonte, e pelo antecessor, Marcio Fortes. Negromonte atribui a Fortes a origem das denúncias, que evidentemente nega ter qualquer relação com a história.
Sabedoria popular
No primeiro mandato do presidente Lula, o PP era comandado pelo já falecido José Janene e se tornou um dos protagonistas do Mensalão, escândalo pluripartidário que também envolveu personalidades do PT, do PR e do PMDB.
Foi com essa base que Dilma se elegeu presidente e firmou compromissos de campanha. E é com essa mesma base que, em tese, ela deveria governar.
O problema, no entanto, já havia sido diagnosticado há muito mais tempo pelo sambista Bezerra da Silva, autor do clássico “Se gritar pega ladrão”. Como ensina a sabedoria popular, não sobra um meu irmão, não sobra um.
E quando todos se forem quem correrá o risco de ficar isolada será a própria presidente Dilma Rousseff.
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