Tucanos saem do muro
PSDBdeve realizar prvias para escolher seu prximo candidato presidncia da Repblica
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Rodolfo Borges, de Brasília – As eleições presidenciais de 2014 começam nesta quinta-feira (31/03) para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O líder do PSDB do Senado, Álvaro Dias, apresenta aos colegas de partido uma proposta de adoção de um sistema de primárias para escolher seu próximo candidato à Presidência, numa estratégia que poder mudar o estilo do partido nos próximos anos. “É um sistema democrático que envolve toda a militância e oferece oportunidades a todos que eventualmente possam postular, e a postulação é legítima”, disse o senador ao Brasil 247. Dias não admite, mas a medida corrigiria os problemas de identidade e mobilização que contribuíram para a derrota de José Serra no último pleito. “Na última eleição não tivemos problemas porque o candidato era único. Na próxima eleição, daqui a quatro anos, podemos ter outros nomes. Estabelecer primárias seria a medida preliminar indispensável, porque antes de se falar em nomes deve se discutir o método de escolha. Não vejo método mais eficiente do que esse”, explica Dias.
As primárias dariam ao PSDB a possibilidade de aferir qual é o perfil de oposição que a militância partidária deseja e, como consequência, a vontade da opinião pública. “Não creio que possamos adotar medida melhor neste momento para unir o partido. Teríamos o ganho de valorizar a nossa militância, de torná-la partícipe das decisões de forma democrática e sobretudo ganharíamos espaço na opinião pública e o estímulo da imprensa, que acompanharia nossos debates”, defende Dias.
O senador se inspira no exemplo do sistema político norte-americano, que alçou Barack Obama à presidência. “Obama jamais seria presidente da República se o sistema não fosse de primárias, porque ele não seria indicado pelo partido. A candidatura da Hillary Clinton era favorita no início para os democratas. E foi durante os debates das primárias que o Obama foi ganhando espaço e acabou conquistando a preferência”, lembra.
Para o cientista político Leonardo Barreto, a mudança interna pode contar a favor do partido no próximo pleito. “A iniciativa tem dois pontos positivos. Primeiro, constrói a imagem de que o PSDB é um partido democrático. Isso vai contra a imagem predominante do PSDB, de partido de elite”, avalia o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). “O segundo ponto é que inicia o processo da sucessão presidencial antes do tempo, o que pode disseminar dentro dos estados os nomes dos candidatos e criar o envolvimento das pessoas antes mesmo que a campanha comece”, completa.
O único porém é o risco de o partido sair rachado das primárias. “Só se pode fazer algo assim se houver a certeza de que depois da decisão tomada todo o partido se una em torno nome escolhido”, pondera Barreto. O senador Álvaro Dias disse ao Brasil 247 que já conversou com algumas lideranças do partido e que a sugestão foi bem acolhida. “As prévias, aliás, foram bem acolhida quando Tasso Jereissati era presidente (do partido) e as sugeriu. Não aconteceu antes porque ficamos com um único candidato ao final do processo”, diz.
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