“Tese da frente ampla não tem sustentação no Brasil", diz Altman

O jornalista avaliou, em entrevista à TV 247, que a chamada frente ampla é uma “tese morta”, uma vez que a divisão política do país em três blocos é definitiva na conjuntura presente. Assista

Jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi
Jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi (Foto: Felipe Gonçalves / Brasil 247)


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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, avaliou que a chamada frente ampla contra Jair Bolsonaro não terá força para se compor, diante da existência dos “três blocos” da política brasileira. Estes são a extrema direita, liderada por Jair Bolsonaro, a oposição de direita/terceira via e o bloco da oposição de esquerda.

Não é possível agrupar esses três blocos nem mesmo quando se trata do impeachment de Jair Bolsonaro, avaliou, ao comentar as manifestações por ‘Fora Bolsonaro’ realizadas no último sábado 2 em todo o País. “O cenário atual não tem dois campos, e sim três blocos. O bloco da extrema direita, o bloco da oposição de direita e da chamada terceira via, que é a oposição de direita mais uma costela da centro-esquerda que é o Ciro Gomes, e o bloco da oposição de esquerda. São três blocos que possuem dinâmicas próprias. A oposição de direita, por exemplo, tem uma aliança com o bolsonarismo no que diz respeito à política econômica. A oposição de direita não deu até agora nenhum sinal claro de que defenda para valer a tese do impeachment, não há uma decisão dos seus partidos em favor dessa tese”, explicou o jornalista.

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Além disso, a conjuntura atual, apesar das ameaças bolsonaristas contra as instituições, não é tão grave como em 1984, na campanha das Diretas Já, avaliou Altman. “A segunda diferença importante: nós temos um processo eleitoral à vista. Não havia isso em 1984, quando ocorreu a campanha das Diretas, que era exatamente para conquistar a possibilidade de resolver a crise do país pelas urnas. Essa perspectiva já está posta, daqui a menos de um ano o povo vai às urnas”, afirmou. “Numa situação como essa, a tese da frente ampla não tem sustentação. Ela opera a partir de pelo menos duas premissas falsas e, portanto, induz ao erro”.

Luta contra o neoliberalismo

O jornalista cobrou das lideranças políticas uma ênfase maior na pauta anti-neoliberal, para ampliar as possibilidades de diálogo com o povo, que enfrenta uma situação econômica deteriorante. “Não é possível lutar de forma consistente contra o Bolsonaro sem lutar contra o neoliberalismo e separar a questão democrática do neoliberalismo é reduzir as condições de diálogo com o povo. O povo é muito mais afetado pela inflação, pelo desemprego, pela queda de renda daqueles que ainda têm trabalho, pela depreciação dos serviços públicos do que pelas questões institucionais que afetam uma camada muito mais reduzida da população brasileira até o momento”, completou.

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