Tablets tomam a Esplanada
Ministros, como Alexandre Padilha, e parlamentares, como Sarney Filho e Acelino Pop, no desgrudam de seus aparelhos
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Rodolfo Borges_247, de Brasília – Na semana em o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional de vacinação contra a gripe, o ministro Alexandre Padilha alterou o avatar e o background de seu twitter para se adequar à mobilização e, logo depois de vacinada a presidente Dilma Rousseff, já abastecia o microblog com seus registros de #momentofotográfico e tirava dúvidas de internautas sobre a aplicação das vacinas. Tudo feito de seu iPad. Também é pelo tablet que Padilha, um dos maiores tuiteiros da Esplanada dos Ministérios, lê os jornais e consulta o material de apoio em suas agendas públicas organizadas por todo o país. E os tablets não vêm facilitando apenas a vida do ministro da Saúde em Brasília. A começar pela presidente da República.
Como o Brasil 247 já contou, Dilma carrega seu tablet aonde vai e o aparelho fica sempre aos cuidados do assessor pessoal Anderson Braga Dornelles. O assessor é o responsável por baixar as edições da The Economist e os livros comprados na Amazon. Mais escolado no trato com a tecnologia, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, lê todos os jornais em seu iPad. “Para não sujar as mãos”, brinca. Quando tem viagem programada, Bernardo baixa antecipadamente todas as edições disponíveis, para ler durante o voo. Outro adepto dos tablets é o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que guarda em seu aparelho uma apresentação do empresário taiwanês Terry Gou sobre os planos da Foxconn para instalar uma fábrica de iPads no Brasil até o fim do ano.
No Congresso Nacional, a lista é longa. É raro ser recebido no gabinete de um parlamentar sem encontrar um tablet em cima de sua mesa e não há menos de quatro iPads (definitivamente o tablet mais popular do Congresso) por reunião nas comissões parlamentares, na mão de deputados ou assessores. Quem não tem, fica de olho no aparelho do colega. Não existe um levantamento sobre a quantidade de aparelhos nas Casas, mas o Senado já se prepara para oferecer acesso à internet aos iPads dos parlamentares. O deputado Sarney Filho (MA), líder do PV, é um dos que vive lua de mel com seu tablet, comprado recentemente e partilhado com a família.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) resistiu o quanto pôde, mas sucumbiu às pressões da família e decidiu comprar seu aparelho. Jean Wyllys (PSol-RJ) atualiza o microblog pelo iPad e Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) já ficou conhecida por não se separar de seu tablet. “Já se tornou um instrumento imprescindível”, disse ao Brasil 247 o deputado Mendonça Prado (DEM-SE), presidente da Comissão de Segurança Pública, explicando a popularidade do aparelho. “Levo para todos os lugares. É por ele que acompanho o processo legislativo, que é todo informatizado. De onde estou, já despacho para o meu gabinete. Os assessores enviam as informações por e-mail e digito o oficio. Isso dá celeridade aos procedimentos”, diz Prado, que fez questão de comprar o aparelho em seu próprio estado, para deixar os altos impostos por lá.
O deputado sergipano apóia a campanha do Brasil 247 pela redução dos impostos para eletrônicos no país, iniciada na semana passada junto com o colunista Felipe Neto. “Nosso sistema tributário é complexo e uma das conseqüências negativas disso é a elevação do preço final dos bens. Sou totalmente favorável à redução de impostos que impedem o acesso à informação, que é algo fundamental. O cidadão brasileiro precisa ter esse acesso facilitado”, defende. O governo estuda classificar os tablets como notebooks para efeitos de taxação, o que baratearia em 30% o preço dos aparelhos, mas a Receita Federal ainda resiste à mudança.
Enquanto os preços não caem, aproveita quem pode comprar. Mas nem tudo são flores na relação de um deputado com seu iPad. O novato Acelino Popó Freitas (PRB-BA) sentiu na pele os riscos de não desgrudar do tablet. “Postei no Facebook que estava no Plenário e comentaram na minha página: 'vai trabalhar, vagabundo'. Desde então deixo o iPad no gabinete”, conta Popó. Vacinado, agora o ex-pugilista se limita a avisar pelas redes sociais aonde está indo.
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