“Sou branco e judeu, mas baiano pra cacete”, diz Kertész

Em entrevista ao Bahia 247, radialista e ex-prefeito de Salvador diz que PMDB, mas no vai "se aventurar"



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Reportagem: Victor Longo e Matheus Morais_Bahia 247

Fotos: Karol Azevedo/Bahia 247

O sol quase se punha naquela quarta-feira, 21 de setembro de 2011, quando chegamos à sede do Grupo Metrópole, no bairro de Pernambués.

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- Vamos lá, professores? Em que posso ser útil a vocês? – disse Mário, ao abrir a porta da sua ampla sala. E esse clima de gentileza, regado a água e bom cafezinho, reinou por todo o bate-papo.

Como não podia ser diferente, a conversa teve nas revelações políticas seu ponto forte: foi ao Bahia 247 que o radialista e ex-prefeito de Salvador revelou, em primeira mão, que vai se filiar ao PMDB. Assim, abriu as portas para uma provável candidatura ao palácio Thomé de Souza, em 2012, como nome da oposição.

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Mas não ficamos só na política. Falamos também de fazer rádio, de cultura, de saúde, de amores e desavenças e até de espiritualidade. E ninguém (salvo João Henrique!) escapou do amor de Mário: Jaques Wagner, Fátima Mendonça, Nelson Pelegrino, Lula, Edvaldo Brito... Nem Fellini e Woody Allen saíram ilesos! É mole? Modéstia à parte, não dá para não ler...

Bahia 247 – Como estamos aqui na sede da Metrópole, vamos começar falando da sua relação com a rádio...

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Mário Kertész – Eu tenho uma relação muito especial com a rádio, ela é minha vida, boa parte da minha vida. Chego aqui às 6h30 e saio às 20h30, todo dia, de segunda a sexta-feira, porque sinto um prazer enorme em fazer o que faço. A rádio virou uma escola para muitos profissionais jovens que vieram pra cá e depois foram para outras posições melhores, avançaram. Sinto que a gente criou um estilo muito próprio.

Bahia 247 – Você sente que faz parte do cotidiano do povo baiano?

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MK – Sinto, sinto demais. O mais engraçado é que as pessoas me tratam como se eu fosse íntimo delas, quando eu saio de casa. Elas vêm falar comigo: "oi, Mário"... Acho isso muito legal. Estou também muito no cotidiano do motorista, invariavelmente ligado na Metrópole.

Bahia 247 – Os taxistas adoram você...

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MK – Ah sim, também! Essa é uma relação antiga, desde que fui prefeito sempre valorizei a categoria dos taxistas porque acho importantíssima para a cidade, já que ela também faz parte do sistema de transportes.

Bahia 247 – Desta última vez que você ficou doente, você ficou muito tempo afastado das suas atividades na rádio. Sentiu muita falta?

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MK – Foi complicado! Senti muita falta, claro! Mas, foi mais complicado por causa da própria recuperação – a cirurgia cardíaca é muito invasiva e tem resultados muito bons: me sinto hoje muito melhor do que eu era antes, em tudo, inclusive em energia.

Bahia 247 – A ponto de estar preparado para assumir o desafio de ser candidato a prefeito de Salvador nas eleições de 2012?

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MK – Veja bem... Confesso a vocês que nunca passou pela minha cabeça voltar à prefeitura. Quando eu comecei a fazer programa de rádio, as pessoas diziam que eu queria ser candidato. Tenho 17 anos no rádio e nunca fui candidato a nada. A rádio começou a fazer sucesso e eu nunca tive vontade de voltar a ser candidato. Agora, voltaram com isso e eu digo com a maior tranquilidade: não estou disposto a nenhuma aventura, estou muito bem, muito feliz com o que eu faço, muito reconhecido, tenho acesso às pessoas aqui e fora com absoluta tranquilidade.

Bahia 247 – Mas o que te faria topar esse desafio?

MK - Duas coisas. A primeira: se houver um grupo de pessoas com um projeto sério pra Salvador, porque não adianta querer se candidatar a prefeito na situação miserável que a cidade está hoje, pra chegar e dizer que vai melhorar isso e aquilo. O outro fator seria ter um grupamento significativo de partidos que permitisse haver uma disputa real – porque não adianta disputar só por disputar.

Bahia 247 – Mesmo porque hoje em dia disputar com o governo seria complicado...

MK – Concordo que seria complicado, mas não é só isso! Também não é fácil unir grupamentos políticos que digam: "temos que construir uma nova força política". Durante muito tempo, vivemos uma hegemonia do carlismo e agora querem contruir a hegemonia do petismo, ou do wagnerismo. Não acho isso bom.

Bahia 247 – Falando em ACM , sua relação com ele foi de amor e ódio. Com o governador Jaques Wagner também é assim?

MK – Não! Com Wagner é só amor, adoro ele!

Bahia 247 – Mas, você gosta mais da primeira-dama Fátima Mendonça...

MK – (Risos) Ah, sim! Mas, não fale isso não que Wagner fica com ciúmes. Fátima é uma figura fantástica, adoro ela. Eu adoro os dois, gosto demais. Mas, não tem nada de ódio entre Wagner e mim, é só amor mesmo! Mas isso não me impede de achar que no governo dele tem coisas que não andam bem.

Bahia 247 – E Wagner como político?

MK – Ele está se revelando um político extraordinariamente competente, porém, não diria a mesma coisa dele como administrador. Veja bem, Antonio Carlos Magalhães atuava bem em duas áreas: na administração e na política, ele sabia dar importância aos dois. Acho que Wagner dá muita importância à politica e pouca à administração.

Bahia 247 – Isso é característica do PT?

MK – Não sei, nunca parei pra pensar nisso - talvez seja algo pessoal do próprio Wagner. Mas, veja bem, tá tudo dando tão certo pra ele... Ele fez um primeiro governo que não foi lá essa Brastemp toda e foi reeleito com sessenta e tantos por cento, tem a maioria na Assembleia Legislativa, maioria absoluta na Câmara Federal, o três senadores apoiam ele, então...

Bahia 247 – A oposição também se enfraqueceu muito, não é?

MK – Concordo completamente! É por isso que eu acho importante que um grupamento de forças políticas se una agora para construir um novo projeto, não ficar só nesse projeto do PT. Aí fica muito sem graça, tudo é PT: PT federal, PT estadual, PT municipal...

Bahia 247 – E por que Salvador chegou a essa situação que está hoje?

MK – Não sei, aí precisaria de uma análise mais profunda. Acho que o fato de termos saído de um regime carlista com a presença de um Estado mais forte, mais autoritário, e ter passado para um regime democrático, fez com que a coisa se afrouxasse demais, e perdeu-se o controle.

Bahia 247 – E João Henrique nessa história?

MK - Quando ele foi candidato pela primeira vez, eu fui um dos poucos que fiz oposição a ele, mas fui crucificado, porque JH vinha de uma eleição pra deputado estadual consagradora, baseado no voto da classe média. Ele era contra a indústria de multas, a taxa de iluminação, contra taxa de lixo, contra a taxa de estacionamento em shoppings. Me lembro que eu cheguei a ter várias reuniões com o PSDB e até sugeri que Jutahy Magalhães fosse candidato...

Bahia 247 – Falando agora em cultura, tenho a impressão de que Salvador não tem política cultural...

MK – Concordo. Nossa política cultural é zero, nenhuma. O primeiro secretário de Wagner, Márcio Meirelles, foi um horror. O segundo (Albino Rubim) a gente não ouve nem falar. Na prefeitura, a mesma coisa. A Fundação Gregório de Matos, que eu criei quando fui prefeito pela segunda vez, acabou, morreu. Não há dinheiro e não há vontade política. Salvador, que foi durante muito tempo difusor de cultura pro Brasil inteiro, hoje não difunde nada: nada de cinema, nada de música, nada de teatro.

Bahia 247 – A gente tá vendo que você tem muitos livros aqui. Dá pra citar os três melhores que você já leu?

MK - É difícil, viu? (risos). Os livros são minha paixão: gosto de literatura, cinema, economia, história... Gosto demais de história, me debruço em histórias!

Bahia 247 – E sua biografia, você vai escrever mesmo?

MK – Eu já comecei a escrever, o livro tem mais de 200 páginas. Está pronto, escrito, mas acho que ele é mais para ser publicado quando eu morrer, não acho que valha a pena publicar. Meus filhos vão ver se ele presta depois. Aí eles publicam se quiserem. Mas se não publicarem, não tem problema nenhum.

Bahia 247 – E os filmes, você vai ter mais facilidade pra indicar os três melhores que já viu...

MK – Adoro cinema! Vejo de cinco a seis filmes por semana. Às vezes, vejo até mais. Tem vários filmes, porque tem vários gêneros: gosto de Morte em Veneza, Casablanca, Cidadão Kane. Adoro os filmes de Fellini: La Strada, Amarcord, E la nave va, são ótimos. As trilhas sonoras dos filmes dele também são ótimas, de deixar o sujeito louco.

Bahia 247 – Você gosta do estilo de Woody Allen?

MK – Gosto muito! Vi esse último filme dele e adorei: Meia noite em Paris. Gosto de muitos: Vicky Cristina Barcelona, Match Point... Woody Allen é aquele judeu, nova-iorquino, psicoanalisado. Ele mostra o judaísmo como uma carga pesadíssima...

Bahia 247 – Você é judeu, não é?

MK – Sim, mas não sou praticante. Vou à sinagoga uma vez por ano, e olhe lá. Chico (seu filho mais novo e administrador da Rádio Metrópole) é, mas nem é tão praticante assim. O judaísmo pra gente é muito forte culturalmente, mas sempre dei total liberdade para meus filhos escolherem o caminho que quisessem em relação à religião. Todos (os cinco) foram batizados na igreja católica, inclusive Chico. Só que ele, aos 12 anos, resolveu ser judeu.

Bahia 247 – Você disse que é judeu mas não é praticante, como é que você trabalha sua espiritualidade, você trabalha ela?

MK – Rapaz... isso é uma coisa que tá me fazendo falta! A gente vai chegando perto da morte... Mas, eu não tenho medo de morrer e ter que me agarrar a alguma coisa. Sinto que eu tenho uma espiritualidade muito forte, mas não é bem trabalhada. Quero até me dedicar mais a isso. Estou até lendo um livro indicado por Luis Felipe Pondé, muito interessante, que fala sobre a felicidade e a infelicidade sobre o ponto de vista da espiritualidade. E outro de Fernando Morais que é fantástico, chama-se "Os últimos soldados da guerra fria".

Bahia 247 – Você costuma ler quantos livros ao mesmo tempo?

MK – Quatro. Eu leio um pedaço aqui na rádio, leio um pedaço em casa e acordo muito de madrugada pra ler. Esta noite acordei e fiquei lendo Fernando Morais até 4h30, depois fui dormir e acordei às 6h30. O corpo fica cansado, mas a gente vai ficando velho e tem que dormir menos.

Bahia 247 – Falando ainda em espiritualidade, você nunca pensou em ir ao um pai-de-santo pra ele lhe dizer se você deve ser candidato a prefeito ou não?

MK – (Risos) De jeito nenhum! Mestre Jacó de Ubatã, de jeito nenhum! (mais risos)

Bahia 247 – Você já foi prefeito de Salvador por duas vezes, uma como biônico e outra eleito pelo voto popular. De qual gostou mais?

MK – A primeira vez foi mais divertida porque eu era mais jovem e a cidade vivia um momento de efervescência ótimo, era época do "deixa o coração mandar", fizemos um carnaval fantástico, um astral excelente. Quando eu assumi a cidade, ela estava com a moral baixíssima, parecida como está hoje, tinha a obra da Baixa dos Sapateiros que não acabava nunca – os comerciantes sofriam muito, a avenida San Martin também, a cidade estava um caos. Depois, as coisas mudaram. Tanto que depois de ter sido demitido [por ACM], um dia depois da Lavagem do Bonfim, o povo me carregou nos braços, e não paguei a ninguém como Antonio Carlos Magalhães costumava fazer para carregar ele (risos).

Bahia 247 – E a segunda vez por que não foi tão divertida?

MK – A segunda vez foi bem mais difícil! Primeiro porque eu tive que conduzir a prefeitura sozinho, sem nenhuma ajuda do governo. Até a véspera da minha posse a prefeitura tinha uma conta no Banco do Estado da Bahia na qual podia se sacar no vermelho, uma espécie de cheque especial, e no dia que eu entrei na prefeitura, ela acabou. Não contei com ajuda nenhuma, fui prefeito por três anos só: no primeiro ano, o governador era João Durval que não me ajudou em nada. No segundo e terceiro, era Waldir Pires, que também não me ajudou em nada, apesar de ser do mesmo partido. O pessoal ligado a Waldir não gostava de mim, achavam que eu era perigoso, que podia crescer e querer ser governador. Eles jogavam duro comigo, igualzinho à turma de ACM.

Bahia 247 – Da segunda vez você, um branco e judeu, foi eleito contra Edvaldo Brito, um negro. A população de Salvador não vota em negro?

MK – Vota sim, claro que vota! Mas também vota em branco, porque se não iria ser um racismo ao contrário. Eu gosto muito de Edvaldo Brito, ele é meu amigo, uma figura fantástica. Sim... aí ele aparecia na propaganda eleitoral todo dia comendo acarajé e dizendo que era filho de uma lavadeira, parecendo que queria colar a coisa da baianidade. Acontece que eu sou branco e judeu, mas sou baiano pra cacete, a baianidade corre no meu sangue.

Bahia 247 – E é essa sua baianidade que lhe aproxima do ouvinte...

MK – Pois é! Meu jeito de falar é este mesmo que as pessoas ouvem. No ar, fico muito à vontade e faço os programas sem roteiro, na espontaneidade.

Bahia 247 – Mas a rádio Metrópole é muito centralizada em você, tanto que quando você está viajando as pessoas sentem muito sua falta. Você não tem medo disto?

MK – Tenho! Isso me preocupa muito! Foi como um amigo meu disse: "é uma rádio autoral", de um autor só, e isso é péssimo. Mas eu tenho lutado contra isso, dizendo que não pode ser assim, que temos que ir atrás de mais gente, mas é muito difícil. Se eu morrer hoje, aqui, como é que vai fazer? A rádio vai ter problemas com isso, e isso é péssimo.

Bahia 247 – A rádio seria um entrave para sua candidatura a prefeito? Porque se você se candidatasse teria que se afastar...

MK – Não, não seria um entrave. Claro que eu teria que me afastar, mas eu não vou sair daqui pra me aventurar numa coisa besta, sem propósito...

Bahia 247 – Mas seria sem propósito sair daqui pra cuidar da cidade?

MK – Eu amo Salvador, mas só saio se a gente conseguir ter um projeto bem-feito para a cidade, e que eu tenha um papel importante neste projeto. Agora, se a gente puder ter uma disputa real, aí sim eu toparia. Fora disso, nem pensar!

Bahia 247 – Mas no atual cenário político, isso já está se desenhando, porque tá todo mundo conversando na oposição...

MK – Claro! Todo mundo tem conversado muito, inclusive eu, mas o resto é só espuma!

Bahia 247 – Faltam só 15 dias para acabar o prazo de filiação aos partidos, você vai se filiar?

MK – Vou sim, vou me filiar ao PMDB! Inclusive, vocês são os primeiros a quem eu estou dizendo isso. Mesmo porque se eu não me filiar agora eu estaria abrindo mão da possibilidade de concorrer à prefeitura. E eu estando filiado posso concorrer. Ou não, como diria Caetano Veloso.

Bahia 247 – Hoje se candidatar ou não é um conflito na sua cabeça?

MK – Que nada, estou absolutamente tranquilo! Não há conflito de nada, deixa as coisas correrem.

Bahia 247 – Seria sair da posição de estilingue para assumir a posição de vidraça...

MK – Mas eu não tenho medo! Rapaz, apanhar mais do que eu já apanhei não é brincadeira: a campanha que o jornal A Tarde fez contra mim também não foi brincadeira. Outro dia, Chico mandou levantar esses jornais da época, aí eu fui ver e me perguntei: "rapaz como é que eu aguentei isso?" Era porrada todo dia, até nas coisas mais absurdas que vocês possam imaginar...

Bahia 247 – Numa eventual campanha, você lidaria bem se seus adversários trouxessem de volta as denuncias contra você, como a das obras do Transporte de Massa de Salvador (TMS)?

MK – Tranquilo! Esses dias, teve um político querendo falar mal de mim, aí disse umas coisas. Eu respondi a ele: "É, você tem razão. Eu sou viado, corno, ladrão, cheirador de cocaína e fumador de maconha". Pô, se ele tá dizendo que é, então é, não seja por isso! Eu levo numa boa, deixo eles falarem.

Bahia 247 – Mas, você como um empresário e radialista bem informado teria muitas "cartas na manga" contra seus possíveis adversários...

MK – Imagine uma disputa entre eu e Nelson Pelegrino que eu gosto muito e é meu amigo, sem hipocrisia, nada disso. Nelson esteve aqui na rádio, eu falei com ele, e aí? Aí ele disse, o futuro prefeito pode sair daqui. Depois eu perguntei a ele, e se a gente for pra disputa, como é que vai ser? Ele deu risada. O próprio PT sabe como eu sou: quando Lula foi candidato, eu sai de Salvador, larguei a rádio e fui ser voluntário na campanha dele – coordenei todo programa de rádio de Lula sem ganhar um real. Quando me chamaram pra pagarem, eu disse que não queria nada, porque era um projeto que eu achava importante para o Brasil naquele momento. E o próprio Lula tem uma relação pessoal muito boa comigo, sempre teve, todas as vezes que entrevisto ele, sempre muito gentil comigo. Quando eu fiquei doente ele ligou pra mim, é uma figura ótima.

Bahia 247 – Você disse que ama Jaques Wagner, que é amigo de Pelegrino... Não acha que numa campanha política essas amizades se estremeçam? As amizades na política me parecem voláteis!

MK – Não! O que acontece com política é o seguinte: às vezes, você tem um embate, mas quando existe o sentimento da amizade. Passado aquele momento do embate, você pode recompor a amizade tranquilamente. Era o que acontecia entre mim e Antonio Carlos Magalhães, que jogava pesadíssimo contra mim.

Bahia 247 – Você tem conversado com ACM Neto [também pré-candidato à prefeitura]?

MK – Tenho sim! Minha relação com ele é ótima, assim como com toda a família de Antonio Carlos. No final da vida dele, nos reaproximamos muito, sentimentalmente falando. Eu o visitei em seu leito de morte, em São Paulo. Tenho saudades dele. Ele faz falta na política. Se estivesse aqui, a política baiana ia ser muito mais animada, pode ter certeza! Ele estaria aí soltando pimentas à vontade e a gente se divertindo. Talvez esteja faltando outro Antonio Carlos na política...

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