Serra versus Marta: revanche para 2012

Senadora do PT se aproxima do PMDB de olho na eleio da Prefeitura; Serra quer somar o PSDB com o PSD de Kassab para concorrer



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247, Marco Damiani – Vai ser, como se diz, briga de cachorro grande. O quadro das eleições para prefeito de São Paulo, no próximo ano, está se esboçando para comportar uma grande revanche. De um lado, a senadora Marta Suplicy. Do outro, o ex-governador José Serra. Ambos se enfrentaram em 2008, quando Serra levou a melhor com vantagem de 10 pontos porcentuais, tirando de Marta a reeleição. Ambos agora estão se movimentando nos bastidores e têm muitas chances de irem outra vez a voto, no próximo ano, para saber quem vai ficar com o comando da maior cidade do País.

Marta já está à mil. Na segunda-feira 28, candidatíssima pelo PT, enviou um emissário para abrir uma conversa com o presidente do Diretório Municipal do PMDB, Bebeto Hadad, com vistas a uma coligação para 2012. “Vou estar com ela esta semana”, confirma Bebeto, a respeito de um encontro pessoal com a senadora. “Marta é uma candidata competitiva em todos os sentidos. Porque já foi prefeita, porque tem voto na periferia e porque é de um partido grande que se coligou ao nosso na eleição presidencial do ano passado”. Ele adianta que também já foi procurado pelos postulantes Gabriel Chalita (PSB), Netinho de Paula (PC do B) e Paulinho da Força (PDT). “Esta é a fase de ouvir para decidir depois, mas tudo vai passar pelo Michel (Temer, vice-presidente da República), que está olhando a sucessão em São Paulo muito de perto”.

TUCANO ATÉ PODE IR PARA O PSD - José Serra, por seu lado, já está considerando uma alternativa que até a pouco não existia. Ele pode tentar levar o PSDB paulistano a uma coligação com o PSD que está em processo de fundação sob a chefia do atual prefeito Gilberto Kassab, ou até mesmo mudar-se para o próprio PSD. “Kassab não daria um pulo no abismo se não tivesse o respaldo de Serra”, diz um observador próximo das articulações. Os rumores da troca de barco por Serra já chegaram a Brasília e são motivo, nesta terça-feira 29, de uma das mais prestigiadas colunas políticas do país, a do jornalista Raymundo Costa, do jornal Valor Econômico. Caso não encontre espaço no PSDB, bloqueado em São Paulo por Alckmin e barrado nacionalmente pelo senador Aécio Neves, Serra terá de buscar uma alternativa partidária à aposentadoria. Quando foi convidado pelo então presidente Fernando Henrique para o cargo de ministro da Saúde, ele pensou com seus assessores por quase seis meses, ponderando prós e contras, até tomar posse no cargo em 2008. Desta vez, fiel a seu estilo que insinua nada estar acontecendo, Serra deverá deixar seu movimento para a undécima hora.

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NA JANELINHA - Posicionado confortavelmente na janelinha do partido kombi de Kassab, como o PSD foi apelidado por Brasil 247, em razão ao seu tamanho diminuto em relação às primeiras expectativas, o vice-governador Guilherme Afif Domingos a tudo observa. O partido foi montado para ter seu primeiro teste nas urnas exatamente com Afif concorrendo ao cargo de prefeito, mas uma aproximação de Serra pode levar a uma composição. Nas contas comuns que tucanos e kassabistas fazem, não há como ganhar de Marta se eles se apresentarem divididos em dois partidos. Uma coligação PSDB-PSD para as eleições municipais seria, assim, mais que natural. Nesse caso, Serra nem precisaria mudar de partido, o que para ele, em qualquer circunstância, seria traumático.

Afif, de todo modo, já se comporta como pré-candidato e sua potencial força eleitoral não é nada desprezível. É por isso mesmo que os tucanos estão fulos da vida com ele, com muitos quadros próximos a Alckmin recomendando retaliações ao vice. Ao trocar o DEM, pelo qual se elegeu na chapa de Geraldo Alckmin, pelo PSD, o vice não apenas embaralhou as cartas do jogo, mas assumiu uma postura de independência que atingiu o limite da afronta. Não consta que Alckmin tenha sido consultado. Se foi, não disse a ninguém.

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