Senado aprova PEC dos Precatórios, que garante auxílio de R$ 400

Proposta abre espaço para criação do Auxílio Brasil e foi aprovada com apoio da oposição, com ressalvas, pela urgência em ajudar dezenas de milhões de pessoas que passam fome

Plenário do Senado em Brasília
Plenário do Senado em Brasília (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)


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247 - O Senado aprovou nesta quinta-feira (2) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios como resultado de um acordo entre senadores governistas e da oposição.

A proposta aprovada abre espaço para o pagamento de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil, que substitiu o Bolsa Família, criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Pela proposta aprovada, o governo planeja pagar R$ 400 por mês para cerca de 17 milhões de pessoas durante o ano de 2022, quando Jair Bolsonaro tentará a reeleição. Pela Medida Provisória (MP) que cria o Auxílio Brasil, entretanto, o benefício seria concedido a 20 milhões de famílias.

O relator da PEC dos Precatórios no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse que o auxílio poderá ser estendido a 20 milhões de pessoas, como prevê a MP aprovada na Câmara. No entanto, ele não entrou em detalhes sobre o custo dessa ampliação do número de famílias.

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Amplo acordo leva senadores a aprovar a PEC dos Precatórios

Após amplo acordo envolvendo todos os setores políticos da Casa, e com sessão tranquila, o Senado aprovou nesta quinta-feira (2), em primeiro turno, por 64 votos contra apenas três, e duas abstenções, a PEC dos Precatórios. Os senadores votaram a proposta em segundo turno rapidamente: na segunda “rodada”, foram 61 votos a favor, 10 contra e uma abstenção. Como se trata de mudança na Constituição, o texto precisava ser aprovado por 49 (três quintos) dos 81 senadores. O texto aprovado na Câmara foi alterado no Senado, e por isso a PEC precisa voltar para nova análise pelos deputados.

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A proposta abre espaço no Orçamento de 2022 para o Auxílio Brasil. Tinha sido aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na terça-feira (30) por 16 votos a 10. A principal mudança na proposta de emenda à Constituição 23/2021, em relação ao texto da Câmara, foi a que transforma o Auxílio Brasil em benefício permanente. O benefício foi criado pelo governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família, criado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Outra alteração é que o pagamento de precatórios será limitado apenas até 2026, e não mais até 2036.

O relator do texto, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que a mudança se justifica porque dará “tempo suficiente para o Poder Executivo acompanhar melhor o processo de apuração e formação dos precatórios e seus riscos fiscais, mas sem criar um passivo de ainda mais difícil execução orçamentária”. Na sequência, os senadores devem votar, ainda nesta tarde, a Medida Provisória 1061/2021, que cria o Auxílio Brasil. 

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‘Vício de origem’

Senadores da oposição, unanimemente, elogiaram a atuação do líder do governo. O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), falou do “esforço” de Fernando Bezerra, mas com ressalva. “A PEC tem um vício de origem: foi concebida para dar calote. O governo se utilizou de uma artimanha: encerrou um programa social consagrado, o Bolsa Família, e instituiu em princípio o nada. Depois instituiu o Auxílio Brasil, que no inicio tirou milhões do programa anterior”, disse o líder.

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Randolfe liberou o voto das bancadas de oposição, segundo ele “em respeito à construção do relatório, mas também àqueles que compreendem que um vício de origem é difícil de ser sanado”. Bezerra Coelho fez um “trabalho hercúleo” para chegar a um texto praticamente consensual, destacou Jean-Paul Prates (PT-RN). O petista, porém, pediu uma reflexão: “Propostas que precarizam direitos são votadas com a mesma veemência com que falamos da fome e da pobreza. Vamos convergir não só hoje, mas sempre, constantemente”, exortou.

Mais ressalvas

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O senador Jaques Wagner (PT-BA) disse que seu partido votaria “sim” à PEC, em razão da urgência de se conceder o auxílio social aos mais pobres, mas com ressalvas. Segundo o parlamentar, investidores externos lhe disseram, recentemente, que têm dúvidas sobre investir num país que coloca na própria Constituição que não pagará suas dívidas.

Zenaide Maia (Pros-RN) também anunciou que votaria “sim” à PEC. “Para um país que tirou direitos dos trabalhadores para atrair investidores, esta PEC é uma contradição, ao passar calote. Mas, ao mesmo tempo, quando se têm 20 milhões de brasileiros que não têm o que comer,  a gente tem que votar ‘sim’”, justificou.

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