Segunda maior cidade de SP marcada pela corrupção
Amanh, Campinas d posse ao seu terceiro prefeito em menos de uma semana; vereador Pedro Serafim Jr sucede vice afastado aps o impeachment do titular; nos hospitais, faltam remdios
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Rodolfo Borges_247 – A Prefeitura de Campinas (SP) empossa nesta sexta-feira o presidente da Câmara de Vereadores, Pedro Serafim Júnior (PDT), depois de depor o prefeito Hélio de Oliveira Santos, conhecido como Dr. Hélio (PDT), no último sábado (20), e afastar o vice-prefeito Demétrio Vilagra, na noite desta quarta-feira (24). A cidade completa, assim, três prefeitos em menos de uma semana. Ambos estão envolvidos em um esquema de corrupção e desvio de verbas desbaratado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
A operação do MP indiciou 21 pessoas e prendeu preventivamente 13, entre secretários, ex-agentes, empresários e o então vice-prefeito Demétrio Vilagra, que ficou preso por menos de 24 horas e foi solto por um habeas corpus. Vilagra, aliás, só está solto por força de liminar, e só deixa a Prefeitura na sexta-feira porque a decisão pelo afastamento, tomada por volta das 23h de quarta-feira, não pôde ser publicada no Diário Oficial, por falta de tempo. “Institucionalizaram a corrupção em Campinas”, lamenta o vereador Valdir Terrazan (PSDB), autor do pedido de afastamento do vice-prefeito.
Ao Brasil 247, Terrazan relatou que o clima é de vergonha em Campinas, apesar de a população não estar diretamente envolvida nos ilícitos e de a Câmara local ter tomado todas as providências necessárias para recolocar a cidade nos trilhos. “As dificuldades são enormes, porque não é de hoje que esse grupo vem sangrando os cofres públicos da cidade. A prefeitura está no caos financeiro e administrativo, já com sinais de prejuízo nos serviço básicos para a população”, relatou o vereador, que já recebeu manifestações de funcionários públicos denunciando falta de estrutura e até de remédios na rede de saúde.
A expectativa, agora, é de que o novo prefeito, que governa, a princípio, pelos próximos 90 dias, tire a cidade da deriva administrativa. “Mas o caminho não será tranquilo”, pondera Terrazan, porque o esquema de corrupção estava mesmo entranhado na administração pública. A cassação do ex-prefeito Dr. Hélio ocorreu ao fim de uma sessão ininterrupta de 50 horas, necessárias para a leitura de quase mil páginas do processo que registrava os ilícitos da antiga administração, que estava em seu segundo mandato. A leitura teve de contar inclusive com revezamento de vereadores.
A Câmara de Campinas instalou uma Comissão Processante no dia 23 de maio, três meses depois da divulgação do envolvimento da então primeira-dama e chefe de gabinete Rosely Nassim Jorge Santos em fraudes de contrato de licitações do Serviço de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Todo o processo de investigação teve início em denúncias do ex-presidente da autarquia Luiz Augusto Castrillon de Aquino, que trocou as revelações por uma delação premiada. Aquino confirmou em depoimentos o pagamento irregular de 10% a 30% de cada contrato firmado com a prefeitura.
No que diz respeito ao vice-prefeito, que deixa a Prefeitura nesta sexta-feira, as acusações são de infração político-administrativa, apadrinhamento político e compra de arroz, feijão e carne de avestruz destinada a merenda escolar enquanto atuava como presidente da Ceasa de Campinas.
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