'Se contenção der errado, Bolsonaro culpará os outros', diz cientista político
Quem avalia é o analista Miguel Lago, diretor executivo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), ao comentar a postura de Jair Bolsonaro na crise do coronavírus. "Se for malsucedida, diz que não tem nada a ver com isso, porque foi contra o isolamento social”, diz. "Está jogando dentro do jogo dele, que é muito perigoso para a saúde pública”
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247 - O cientista político Miguel Lago, mestre em Administração Pública e diretor executivo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), diz ver um método na maneira como Jair Bolsonaro ataca governadores, a imprensa e as recomendações do próprio Ministério da Saúde no contexto da crise provocada pelo coronavírus.
“Se a ação de contenção (da pandemia) for bem-sucedida, ele consegue colher os louros. Se for malsucedida, diz que não tem nada a ver com isso, porque foi contra o isolamento social”, afirma o analista ao jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com o estudioso, "a disputa do Bolsonaro é narrativa. Está sempre jogando com os seguidores dele. Precisa fidelizar essa base, da qual depende todo o sucesso dele no governo".
"Tudo o que ele faz é ou para expandir essa base, para que seja um pouco maior do que aqueles 15% que o amam de paixão, ou fidelizar o engajamento dessas pessoas: fazer manifestações, discurso de perseguição, dizer que não o deixam fazer nada etc", continuou.
"Todo mundo está dizendo que ele está perdido, acabado… Eu acho que ele está jogando com dois meses de antecedência. Tem método. Está jogando dentro do jogo dele, que é muito perigoso para a saúde pública. É isso o que acontece quando a política deixa de ser ancorada na realidade e só é ancorada no puro discurso político".
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