Querida presidente Dilma, essa carta é para a sra.

Por favor, não faça como Lula, que não lia a mídia; 247 está aqui para ajudar o Brasil, como diz a Folha, só que sem papel, pela net



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Cara presidente Dilma Rousseff,

                                                  A senhora quer ouvir o presidente Lula, ok, por isso são aliados. Acho que está havendo um exagero nesses aconselhamentos, mas, vá lá, conversar com Lula é sempre divertido. Pelo menos em uma característica dele, peço como amigo à distância e seu eleitor (e de Brizola em 1989), não o imite. O glorioso ex, todos sabem e ele mesmo declarou com orgulho, não lia a mídia quando estava no poder. Por favor, não cometa igual desatino. Queira-se ou não, cada dia mais a imprensa justifica seu papel de quarto poder. Em 1989, num debate da Universidade Metodista, na Faculdade de Jornalismo, eu defendi a posição de que os jornais e revistas estavam, sim, cumprindo seu papel de denunciar, fiscalizar e orientar, portanto, as forças públicas. Ao meu lado, o colega Clóvis Rossi discordou, considerando que ainda cabia ir mais além. Ok, quando se diverge ‘pela esquerda’, como seu diz, muito se perdoa. E ele sabe muito mais de jornalismo do que eu, portanto respeitei, como ainda respeito, a opinião. No momento presente, considero que a imprensa outra vez presta um serviço ao País. No caso, à senhora, em particular, quando, como nós aqui em Brasil 247, recomendamos, abertamente, com transparência de opinião, a saída do ministro Antônio Palocci do governo.

Com todo respeito, presidente, ele está atrapalhando o seu governo. E logo o seu governo, que prometeu, pela sua voz, não aceitar malfeitos, de quem quer que fosse. Está pegando mal, presidente... Não é preciso nenhuma pesquisa para se perceber que o seu prestígio popular já está sendo arranhado por esse longo episódio.

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Não se trata, aqui, de campanha persecutória contra o ministro. Nada a ver com o que se fazia nos tempos do genial (para o bem e para o mal) Assis Chateubriand. Foi Palocci, e não a imprensa ou Brasil 247, que multiplicou o próprio patrimônio por 20, em quatro anos, com acento na reta final da campanha eleitoral de 2010. Ele se elegeu deputado federal para representar seus milhares de eleitores, mas, ao que parece, só trabalhou para grandes grupos econômicos. Graças a isso, ele já tem uma poupança mais que suficiente para suportar ficar fora do governo. Não precisamos ter pena dele. A questão não é pessoal, é política. E, ademais, como ele, com toda essa carga de denúncias, poderá trabalhar direito na articulação da sua política, presidente?

Como eu disse, votei no dr. Brizola em 1989, o vi de perto trabalhar no Rio de Janeiro. Ele, que hoje para mim é um anjo, trouxe a senhora para o mundo político e, aposto (e ganho), a aconselharia com uma só expressão: tire já! A senhora sabe que ele diria isso...

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Quanto ao Lula que não quer, o conheço desde Vila Euclides, lá se vão 30 anos. Ele é realmente duro na queda, mas vai entender – se já não. Não será Palocci, nessas circunstâncias, que irá dividir a senhora e o ex-presidente. O quanto antes, presidente, recupere seus créditos com a opinião pública e deixe Palocci cuidar de suas patologias, ele que, no caso do apartamento em que vive em São Paulo, outra vez, ao que parece, tripudiou de um homem humilde.

E não deixe de ler os jornais. Principalmente, é claro, Brasil 247 – um jornal sem papel. Estamos aqui para ajudar o Brasil, de resto como diz o slogan da Folha de S. Paulo, com nosso apoio crítico.

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Com todo respeito, um beijo carinhoso de seu eleitor

Marco Damiani (MTb. 15.077)

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