PT reage à decisão de procurador e diz que somente em 'ditaduras' partidos tiveram registro cassado
"Não há provas e nem indícios de que o PT tenha recebido recursos oriundos do exterior, o que nunca aconteceu. A decisão é arbitrária e política, sem amparo em fatos ou na realidade", afirma o comunicado
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Sputinik – Após a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) aceitar processo que pede cancelamento do registro do PT, a legenda reagiu afirmando que somente durante ditaduras partidos foram cassados no Brasil.
Segundo a coluna de Fausto Macedo, do Estadão, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Goés, deu parecer favorável a um processo que pode levar ao cancelamento do registro do Partido dos Trabalhadores.
Segundo manifestação apresentada no dia 27 de março, teria sido comprovado durante as investigações da Operação Lava Jato que o PT recebeu dinheiro de empresas estrangeiras, o que é proibido pela Lei de Partidos Políticos e passível de perda do registro.
Nota assinada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, diz que a admissibilidade do pedido pela Procuradoria Eleitoral era "ultrajante e fantasiosa".
'Decisão arbitrária e política'
"Não há provas e nem indícios de que o PT tenha recebido recursos oriundos do exterior, o que nunca aconteceu. A decisão é arbitrária e política, sem amparo em fatos ou na realidade", afirma o comunicado.
O partido diz ainda que o vice-procurador utiliza a prática do "lawfare - o uso do direito e do sistema jurídico contra o inimigo — para perseguir os adversários do regime e do atual presidente".
A nota assinada por Gleisi cita ainda a cassação do Partido Comunista do Brasil no passado.
"Na história da República, somente em períodos de arbítrio, como nos anos 40 e 60, em que ditaduras calaram a voz de opositores, partidos políticos tiveram seus registros cassados, a exemplo do Partido Comunista do Brasil", diz o comunicado.
Atender 'desejos do governo'
Além disso, afirma que o Ministério Público quer "calar a voz da oposição" para atender "desejos do governo".
De acordo com o vice-procurador, há "indícios suficientes" de que o PT recebeu repasses de empresas como Keppel FELS e Toshiba. Brill de Goés solicita que seja tomado o depoimento do ex-executivo da Toshiba José Alberto Piva Campana e de seu funcionário Rafael Ângulo Lopes, ambos citados em depoimento do doleiro Alberto Youssef.
O vice-procurador também pediu cópias dos depoimentos do representante do Grupo Keppell FELS Zwi Scornicki, do publicitário João Cerqueira de Santana Filho e de sua mulher Mônica Regina Cunha Moura à Justiça Federal de Curitiba.
A decisão da PGE motivou a criação da hashtag #NinguemApagaNossaEstrela no Twitter. Vários membros da legenda e usuários da rede publicaram mensagens defendendo o partido e pedindo para apoiadores se filiarem à sigla.
Políticos de outras legendas também criticaram a Procuradoria Eleitoral, como o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), o ex-deputado Chico Alencar (PSOL) e o ex-senador do Paraná Roberto Requião (MDB).
O senador Cristovam Buarque (Cidadania), que votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, disse que era "obrigação de todo democrata lutar para impedir o ministério público de cometer o crime de perseguir legalmente ao PT".
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