PSD e PT de mãos dadas para o futuro na Bahia
Onovo partido se diz independente, mas na Bahia ser comandado pelo vice-governador Otto Alencar e tem as bnos de Jaques Wagner; a legenda chega abocanhando polticos insatisfeitos e gerando cime na oposio
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Matheus Morais_ Bahia 247 - Você conhece o Partido Social Democrático (PSD)? Então se prepare que o novo partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não tá pra brincadeira na Bahia. Aqui na boa terra, a legenda que é comandada pelo vice-governador e secretário de Infraestrutura do Estado, Otto Alencar, já bateu o pé e confirmou que segue junto com a base do governo Jaques Wagner (PT), pra onde quer que ela vá. Ou seja, não terá candidato a prefeito em Salvador, em 2012, muito menos ao Governo do Estado, em 2014. Pelo menos foi o que garantiu Otto em entrevista ao Bahia 247.
"Em algumas cidades, vamos disputar com candidato próprio, em outras vamos fazer alianças com os partidos de sustentação da base do governo Wagner; mas tudo será analisado em cada cidade; concorreremos apenas onde tivermos prefeitos com chance de ganhar", assegurou o vice-governador.
E Otto tem essa moral toda, sim, senhor: apesar de ter origem no carlismo, é amigo e homem de confiança do governador Jaques Wagner, tanto que acumula a vice-governadoria e a Secretaria de Infraesturura (Seinfra), das mais cobiçadas pelos partidos aliados. Alencar é dono de um prestígio imenso na Região da Chapada Diamantina, tendo quase todos os prefeitos da área ao seu lado. Por lá ele é "doutor Otto", sua palavra é quase lei e sua votação é expressiva. Que o diga Wagner, que ganhou muitos eleitores nas cidades da região, disputando a reeleição em 2010.
Credenciado
Na Bahia, o PSD já nasce grande e incomodando os adversários. "Os partidos que se sentiram prejudicados e perderam quadros de prefeitos, governadores, deputados e afins, fizeram uma campanha muito perversa e até mal intencionada, sem verdade na mídia, dizendo que havia assinaturas incorretas para a certificação da sigla, algo que nunca houve", assegurou Otto, defendendo-se do escândalo denunciado pela oposição, de que havia inclusive assinaturas de pessoas mortas entre as coletadas para a criação do partido.
A legenda já conta com 11 deputados estaduais e cinco federais no estado, além de uma gama imensa de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Só na Assembleia Legislativa do Estado, a nova sigla terá a segunda maior bancada, ficando atrás apenas do gigante PT, que conta com 14 parlamentares, nada mal pra quem está apenas engatinhando. No Brasil, o partido de seu Kassab será um dos maiores na Câmara Federal, com 43 deputados e o status de quarto maior do parlamento. Só de saída, serão 100 deputados estaduais, três senadores, cinco vices e dois governadores.
Novas adesões
O caçula dos partidos políticos brasileiros está naquela onda de "venha pra cá, meu dengo", abocanhando políticos insatisfeitos do Oiapoque ao Chuí. Na terra do acarajé, não é diferente: uma das mais recentes aquisições (dizem as conversas de bastidores) é o deputado estadual recém-expulso do opositor PMDB baiano, Alan Sanches. Em votação da semana passada na Assembleia Legislativa, ele já votou com o governo em um projeto pra lá de polêmico, mostrando que está mesmo inclinado à base governista. Seguindo as orientações wagneristas, o deputado deu voto favorável ao impopular "arrocho" do Planserv, o plano de saúde dos servidores estaduais.
Sanches, que é ex-presidente da Câmara Municipal de Salvador, foi contrário às orientações dadas pelo seu partido, que instruiu sua bancada a votar contra o projeto. Resultado: arrumou as malas e deve estar desembarcando no PSD de Otto, que o receberá de braços abertos, aumentando o clima de ciúmes entre os adversários. Por aqui, os opositores estão tão incomodados, que até já apelidaram o PSD de "Partido Sem Destino".
Independência
Se na Bahia o PSD é Wagner e já disse que vai com ele até o fim, no Brasil ele se diz independente: nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, simplesmente independente. Pelo menos, até a próxima eleição...
Ah, vale lembrar que o partido ainda nem teve seu registro concedido na Bahia, mas quem se importa com isso, não é? Quem tem Otto Alencar coladinho com Wagner e reinando absoluto no interior da Bahia, nem perde o sono com essa bobagem. A expectativa é que a nova sigla tenha parecer favorável do TSE até o dia 19, quando enfim poderá ter seu diretório estadual registrado.
Como Otto não é homem de ficar calado, ele falou de um tudo em entrevista completa ao Bahia 247, que você confere no próximo sábado (11). Quem tem moral tem e ponto final.
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