Presidente se isola em meio a turbilhão de crises

Com seu estilo solitrio de governar, Dilma fica sem interlocutores de peso para refletir. Ter ela cacife para "faxinar"seu governo?



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Evam Sena_247, Brasília – Refém de seu conhecido estilo centralizador, a presidente Dilma Rousseff tem chamado para ela as crises ministeriais que atingem seu governo e se isolado na tomada de decisão. Quem esteve na posse do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, na última segunda-feira, 8, percebeu sinais de cansaço e decepção nas expressões de Dilma.

A presidente mostra descontentamento com o rumo que tem tomado sua gestão. Depois da demissão de Nelson Jobim (Defesa), ela falou ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho: “Gilbertinho, agora chega”. O desabafo de Dilma não teve sucesso, novas denúncias atingem o Ministério da Agricultura e, hoje, o secretário-executivo do Ministério do Turismo e mais 38 da pasta foram presos pela Polícia Federal.

Diante do fogo amigo que dá origem às denúncias veiculadas na imprensa, Dilma tem cada vez mais tomado suas decisões sozinha, sem colaboração e interlocução com o próprio PT e o PMDB. A presidente não esconde seu estilo solitário de governar. “Presidente da República tem que decidir e ser responsável pela decisão. É o momento grave, importante, que eu tenho comigo mesma. Posso ouvir e ouço, mas a decisão é minha”, disse ela à revista Piauí.

continua após o anúncio

Dentro do PT, nem os líderes do partido na Câmara e no Senado, deputado Paulo Teixeira (MG) e senador Humberto Costa (PE), nem o presidente da legenda, Rui Falcão, têm trânsito livre no Planalto. O próprio ex-presidente Lula, depois da intervenção na crise do ex-ministro Antônio Palocci (Casa Civil), passou a influenciar menos nas decisões de Dilma e se concentrou em articular a candidatura do ministro Fernando Haddad (Educação) para a prefeitura de São Paulo.

O vice-presidente, Michel Temer, que já não era tão próximo da presidente, perdeu mais espaço na articulação política depois da votação do Código Florestal na Câmara, quando Dilma ameaçou demitir todos os ministros do PMDB caso o partido não votasse com o governo. As denúncias que atingem o ministro Wagner Rossi (Agricultura), indicado de Temer, também contribuem para o distanciamento do vice.

continua após o anúncio

No Senado, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), já sofria resistências do PT e outros partidos da base e perdeu forças depois que seu irmão, Oscar Jucá Neto, deixou a diretoria da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e disparou denúncias de cobranças de propinas e loteamento político na Agricultura.

A maior fonte de consulta de Dilma é o núcleo duro do Planalto, as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Gilberto Carvalho. Mas não só Jobim, que criticou Ideli e Gleisi, como muitos integrantes da base governista reconhecem que a articulação política do governo continua deficiente.

continua após o anúncio

Ao fazer uma “crítica severa” aos meios de comunicação ontem, o próprio Carvalho reconheceu a falta que faz o ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social) no governo atual. Um dos motivos que levou ao descontentamento de Jobim com Dilma foi o fim do papel de articulador que ele tinha no governo Lula.

 

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247