Prêmio à luta do brasileiro
Em muitos sentidos, a entrega do título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos aproxima mais uma vez Lula da história de nosso povo
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A entrega ao ex-presidente Lula do título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos (SciencesPo), a instituição mais importante da Europa no gênero, é um desses momentos — na vida e na história — dignos de comemoração. Isso porque resgata um aspecto marcante para Lula, o PT e o Brasil, o de premiar a capacidade e o empenho pessoal para transformar o mundo em um lugar mais justo e com igualdade de oportunidades.
Em seu discurso ao receber a honraria (leia aqui), Lula não perdeu de vista esse aspecto. Ressaltou como elemento crucial o papel da Educação, área que recebeu de seu governo a importância estratégica que possui para o desenvolvimento sustentável com distribuição de renda que temos experimentado nos últimos anos.
De fato, o Governo Lula deixou para o país 14 novas universidades, 126 extensões universitárias, o ProUni, 214 escolas técnicas, criação de um piso nacional para os professores e um orçamento três vezes maior em Educação. Essa transformação precisa de continuidade para se consolidar, mas veio acompanhada de investimentos maiores em tecnologia e inovação.
Tais frentes de avanço são fundamentais para o desenvolvimento que o Brasil projeta para a próxima década. Fomos capazes de diminuir a linha da pobreza em 28 milhões de pessoas e inserir outras 39 milhões na classe média, em um processo que tem nessas mesmas pessoas o cerne da formação de um mercado interno de massas, sobre o qual pautamos nossa resposta à crise internacional e nosso principal potencial de crescimento. Tudo isso em oito anos.
Talvez por isso Lula tenha aludido à Revolução Francesa, inspiradora de tantos ideais e valores que, com a grave crise, de alguma forma estão em xeque na Europa. Mas, ao relembrar a importância histórica da França para o mundo, Lula colocou o Brasil em um patamar de igualdade com as demais nações desenvolvidas, enaltecendo nossa condição de partícipe da nova ordem mundial.
O diretor do instituto SciencesPo, Richard Descoings, destacou a escolha unânime pela homenagem a Lula e revelou que a luta contra a desigualdade, a curiosidade intelectual e a busca por dar ao Brasil um status internacional “como jamais se viu” pesaram favoravelmente. A popularidade de Lula e a eleição da presidenta, Dilma Rousseff, também foram citados como motivos à escolha.
Em muitos sentidos, a entrega da láurea aproxima mais uma vez Lula da história de nosso povo. Por isso, o ex-presidente se emocionou ao dizer que sente um orgulho de classe ter conseguido provar que um trabalhador que não tivesse diploma universitário pudesse fazer tanto ou mais do que outros presidentes que o precederam.
Durante muito tempo, as oportunidades eram escassas aos mais pobres, perpetuando a desigualdade como marca maior do Brasil. Foi preciso um operário chegar à Presidência da República para começarmos a reescrever essa história, talvez porque tenha sentido na pele —e encontrado ressonância no PT às suas lutas— as dificuldades de um Brasil antigo, ainda real, mas que está em transformação.
Momentos como esse são cheios de simbolismo e injeção de ânimo, uma verdadeira premiação às lutas do povo brasileiro. Resta-nos reconhecer o papel desse grande líder de massas que é Lula e seguir mudando rumo a um país desenvolvido, sem desigualdades e que tenha na Educação, tecnologia e inovação as qualidades organizadoras de nosso progresso.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
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