Prefeitura de BH esconde greves de Dilma
Passagem da presidente pela capital de Minas acirra movimentos grevistas; operrios do mineiro esticaram sua paralisao; professores de braos cruzados h 101 dias se acorrentaram; prefeitura encobriu protestos com tapumes
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247 – A passagem da presidente Dilma Rousseff por Belo Horizonte nesta sexta-feira revelou uma face não muito conhecida (ou revelada) da capital mineira. Notabilizado como o melhor prefeito do país, Márcio Lacerda (PSB) vem sofrendo críticas pela forma “arrogante” com que conduz o governo – o melhor argumento de seus detratores é a recente nomeação de seu filho Tiago para o cargo de “supergerente” dos preparativos para a Copa de 2014 – e tem sofrido uma série de paralisações que quase atrapalham a visita de Dilma.
Para não assustar a presidente, a Prefeitura de Belo Horizonte criou um caminho alternativo para que ela pudesse chegar às obras (paralisadas) do Mineirão sem manter contato com os manifestantes. O trânsito no entorno da Praça da Liberdade foi interditado e o governo local chegou a colocar tapumes em algumas áreas para esconder os manifestantes, que só se fizeram notar pelo barulho que faziam.
Os operários do Mineirão paralisaram os trabalhos na quinta-feira e mantiveram a greve nesta sexta, contrariando informação dada pela Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) do governo de Minas Gerais. Os trabalhadores exigem equiparação com o piso salarial pago em São Paulo para as obras de Itaquerão, de R$ 1.150, ampliação do plano de saúde para toda família, aumento no valor do vale-alimentação e melhores condições de trabalho.
Nesta sexta-feira, os professores do estado, que estão parados há 101 dias, se acorrentaram na Praça da Liberdade. Eles reivindicam um piso salarial de R$ 1.187. Segundo representantes do movimento, os 30 profissionais da educação pretendiam permanecer no local até o lançamento do relógio que fará a contagem regressiva para a Copa do Mundo na capital mineira. “A greve está em vias de se transformar na mais longa da nossa história”, disse ao Brasil 247 Feliciana Saldanha, diretora estadual Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) de Minas Gerais.
De acordo com os manifestantes, o clima era tenso no local, pois o batalhão de choque da polícia mineira prometeu retirá-los do local antes do início da cerimônia. “Queremos mostrar que nossa reivindicação é legítima. O governo não está preocupado, mas 50% dos trabalhadores de educação do estado estão parado”, disse Feliciana.
As reivindicações dos grevistas são legítimas, mas não há como desconsiderar os desentendimentos partidários em Belo horizonte nesse cenário caótico de paralisações. Nesta quinta-feira, o PT de Belo Horizonte aprovou uma resolução que proíbe o partido de se aliar a PPS, DEM e PSDB na capital mineira. Os dirigentes do partido estão insatisfeitos com a aproximação entre o PSB de Márcio Lacerda e o PSDB para as eleições de 2012.
Ao contrário do que ocorreu nas eleições passadas, o PT não está disposto nem a aceitar o apoio do PSDB a uma chapa no próximo ano – os militantes se incomodam com o fato de 60% dos cargos da Prefeitura estarem nas mãos do PSDB. O PT já estaria inclusive articulando uma chapa com o PMDB na capital mineira para as próximas eleições municipais.
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