Polícia da Câmara do DF quer equipamentos antigrampos
Mas deputados temem que sistema contra interceptaes telefnicas possa servir para que arapongas monitorem os prprios distritais
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Priscila Mesquita_Brasília247 – O setor de compras da Câmara Legislativa está cotando preços para adquirir um sistema de "varredura eletrônica para detecção de dispositivos clandestinos de interceptação de comunicação" para a Casa, para impedir escutas telefônicas e ambientais. O pedido partiu do coordenador da Polícia Legislativa (Copol), Maurílio de Moura Lima Rocha, delegado da Polícia Civil. Ele fez a solicitação com base em casos de arapongagem ocorridos em assembleias do Goiás e de Rondônia.
O processo 1022/2011, aberto assim que o ofício da Copol chegou à presidência, traz como argumentação principal a preservação da segurança dos deputados e servidores. Os equipamentos, a princípio, serviriam para evitar grampos e funcionamento de aparelhos de escuta instalados pelas dependências da Câmara. O temor de alguns parlamentares, entretanto, é de que acabem servindo para monitorar o trabalho deles.
A preocupação tem duas justificativas. A primeira é porque, segundo arapongas profissionais, alguns aparelhos de varredura não só protegem de grampos externos, como também estariam aptos a grampear. A segunda surgiu depois que o jornalista Mino Pedrosa revelou no blog quidnovi.com.br, por meio de fotografias, que Maurílio frequenta a sede da empresa de Celso Ferro, policial civil aposentado que teria montado um suposto sistema de espionagem em uma casa na Península dos Ministros, no Lago Sul.
O vice-presidente da Câmara, deputado Dr. Michel (PSL) é categórico ao afirmar que é contra arapongagem na Casa. "Os equipamentos serão bem-vindos se forem para detectar grampos, uma forma de proteger deputados e servidores, apesar de eu não ter nada a esconder", afirmou. Outros órgãos, como Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal, têm equipamentos para esse fim. A Câmara Legislativa, como ainda não tem, requisita serviço da Polícia Civil e da Polícia Federal quando quer fazer rastreamento de possíveis escutas.
Para o deputado Wellington Luiz (PSC), policial civil, a criação de meios de proteção do trabalho parlamentar é importante. Na semana passada, três pessoas foram presas no prédio da Câmara por uma suposta tentativa de extorsão a ele. "A coisa mais preciosa que temos é nosso nome, nossa imagem, e as pessoas jogam com isso, de forma irresponsável", avalia.
O presidente da Câmara, deputado Patrício (PT), é a favor da compra e garante que não vai haver monitoramento do trabalho parlamentar. "Esse sistema tem finalidade semelhante ao que já temos de monitoramento por câmeras de toda a Câmara Legislativa, para garantir segurança aos parlamentares e à instituição, porque não aceito vigilância, nem grampos."
Assim que forem adquiridos, um ato irá normatizar o uso dos equipamentos. A compra ainda não tem previsão de ocorrer porque a Casa aguarda a chegada de três orçamentos de empresas especializadas na área. A média dos valores cotados será utilizada como base para a licitação.
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