PGR defende dossiê de antifascistas feito pelo Ministério da Justiça

O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu em julgamento no STF que o dossiê do Ministério da Justiça contra opositores do governo não é ilegal. Aras disse que a atividade de inteligência não pode ser confundida com a investigativa

Augusto Aras, procurador-geral da República 26/09/2019
Augusto Aras, procurador-geral da República 26/09/2019 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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 Do Conjur - O procurador-Geral da República e o advogado-Geral da União saíram em defesa do dossiê do governo sobre servidores públicos antifascistas nesta quarta-feira (19). O documento sigiloso foi produzido pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça, contra 579 servidores federais e estaduais, além de professores.

O Supremo analisa nesta quarta ação do partido Rede Sustentabilidade. que questiona a investigação sigilosa. Para a legenda, o governo federal promoveu perseguição política contra os funcionários, além de restringir a liberdade de expressão dos servidores. A relatora da ADI é a ministra Cármen Lúcia, que vota em breve.

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De acordo com o PGR, Augusto Aras, a atividade de inteligência não pode ser confundida com a investigativa. A de inteligência serve para antecipar "distúrbios civis para informar o escalão superior e o enfoque é sempre coletivo, nunca individual". "E mesmo assim sempre se utilizando de fontes abertas", afirmou o PGR em julgamento que acontece nesta tarde. 

Titubeando, Aras disse que "parece ter havido alarme falso, talvez um exagero" sobre o relatório, do qual ele diz ter dito acesso. E fez questão de registrar ainda que o Ministério Público Federal não admite que o governo espione seus opositores.

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Por sua vez, o AGU, José Levi do Amaral, defendeu que o sigilo é essencial para as atividades de inteligência, além de ser uma forma de proteger os investigados. "Sem o sigilo, não se poderia proteger profissionais de inteligência e as respectivas fontes. Assim o Estado perderia sua capacidade de se antecipar para prevenir situações de risco à segurança e integridade da sociedade, do Estado, das instituições e autoridades", afirmou.

Ainda segundo Levi, a coleta de informações não teve um viés investigativo, mas sim informativo, com base em dados públicos. O AGU frisou que a União rejeita "toda e qualquer forma de autoritarismo ou de totalitarismo" e pediu que a corte negue a liminar.

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No início do mês, o ministro da Justiça, André Mendonça, se reuniu com parlamentares da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência e admitiu a existência do relatório. 

"O relatório existe. O que não existe é um dossiê. Dossiê é uma expressão inadequada para a atividade de inteligência. Dossiê é algo feito às escuras para fins indevidos, que não estão no sistema. Que não está relatado oficialmente. Dossiê não é algo que você distribui", afirmou.

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