PDT quase fora do GDF
Senador Cristovam Buarque e deputado federal Jos Antnio Reguffe querem deixar base de apoio a Agnelo. Escolha do novo secretrio de Educao - mais uma vez sem a consulta legenda - agravou a crise que existe desde o incio do governo
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Priscila Mesquita_Brasília247 – A base aliada do governador petista Agnelo Queiroz está prestes a perder um integrante de peso: o PDT. A legenda tem como principais representantes dois recordistas de votos no DF: o senador Cristovam Buarque, eleito com 833.480 votos, e o deputado federal José Antônio Reguffe, o mais votado na última disputa, com 266.465 votos.
O afastamento do PDT pode ter consequências nas eleições de 2014. Cristovam e Reguffe têm conversado com o PSol, que não apoia Agnelo e cujo candidato a governador em 2010, Toninho Andrade, teve expressiva votação: 199.095 votos. Reguffe se aproximou, esse ano, da ex-senadora Heloísa Helena, maior nome do PSol.
A insatisfação do partido vem desde o início do ano, mas teve seu último capítulo com a escolha do novo secretário de Educação, Denílson Bento, do PT, mais uma vez à revelia dos pedetistas, que têm a Educação como uma de suas principais bandeiras. Durante o 5 Congresso Nacional do PDT, realizado em Porto Alegre, Cristovam conversou longamente com o presidente do partido no DF, George Michel. Com o retorno deles a Brasília neste sábado (3), terão início as conversas com os demais dirigentes. Michel também está bastante incomodado com o tratamento recebido pelo Palácio do Buriti.
Para Cristovam, o governador tem tomado as decisões sem consultar os 11 partidos que o ajudaram na eleição e isso é um desrespeito: "Ele compôs com quase toda a Câmara Legislativa, ocupou os sindicatos e está anulando os partidos. Dessa forma vai mal, muito mal. Pelo menos na época do Roriz os sindicatos não eram dominados. Isso sem falar no controle da mídia. Um governo sem oposição está condenado à corrupção."
Cristovam acha que a ex-secretária de Educação, Regina Vinhaes, também foi desrespeitada. "Fui contra a nomeação dela, mas já que a escolha foi feita, não podia ter sido tirada com oito meses de governo", argumenta. "Educação precisa de continuidade." O senador lembra que no governo dele manteve Antônio Ibañez, ex-reitor da UnB, à frente da pasta durante os quatro anos.
Reguffe prega o afastamento do PDT do GDF desde o início do ano. Ele defende uma postura de independência. "Dessa forma, nossos elogios terão maior autoridade e nossas críticas, mais legitimidade."
Os três pedetistas, entretanto, irão travar uma batalha com o único distrital eleito pela legenda, Israel Batista. Ele tem opinião diferente e ocupa com um indicado seu, Glauco Rojas, a Secretaria de Trabalho. Israel tem sido prestigiado por Agnelo e deve resistir ao afastamento. Na legenda há quem diga que "não é o PDT que está no governo, é o Israel". Procurado pela reportagem, o distrital informou, por meio da assessoria de imprensa, que irá aguardar as conversas internas do PDT para se pronunciar.
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