Partidos se unem para barrar indicação da bolsonarista radical Bia Kicis à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
A rejeição à parlamentar é tamanha que até parlamentares do seu próprio partido, o PSL, rechaçam seu nome. Dirigentes e deputados estimulam o lançamento de outra candidatura para enfrentar Bia Kicis, considerada da ala mais radical do bolsonarismo, defensora de intervenção militar e pelo não uso de máscara
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247 - Em meio à reação negativa em torno da escolha da deputada da ala mais radical do bolsonarismo Bia Kicis (PSL-DF) para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, partidos se articulam para derrubar a indicação ou derrotar a parlamentar através do no voto.
A CCJ é a comissão de maior destaque, tanto da Câmara quanto do Senado.
Segundo reportagem do jornal O Globo, seu nome foi definido para o cargo em um acordo no PSL, a quem cabe a indicação, mas já há resistência entre parlamentares até no próprio partido. Segundo a deputada, Arthur Lira (PP-AL), o novo presidente da Câmara, ajudou a costurar a combinação que levou à indicação de seu nome, no entanto, o próprio parlamentar já se arrepende da jogada. Incomodado com as críticas da oposição e de aliados à indicação da extremista Bia Kicis, o presidente da Câmara já estaria trabalhando pela condução da deputada Margarete Coelho (PP) para o comando da CCJ
Aliados de Lira, porém, acreditam que Bia Kicis terá dificuldade de ser eleita pelos futuros integrantes da CCJ. Avaliam, em conversas reservadas, que ela cometeu um equívoco ao anunciar que seria presidente um mês antes da instalação da comissão e que, pelo histórico polêmico, sofrerá resistência.
A rejeição à parlamentar é tamanha que até parlamentares do PSL rejeitam seu nome. Dirigentes e deputados que estimulam o lançamento de outra candidatura para enfrentar Bia Kicis. O mais cotado para a tarefa é Marcelo Freitas (PSL-MG), visto com um parlamentar com bom diálogo com a ala de Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do partido, e com o núcleo bolsonarista.
O STF também acredita que seu nome não será aprovado. Dois ministros do STF disseram a jornalista Bela Megale , em sua couna no jornal O Globo, que Bia Kicis deve ser impedida de assumir o comando da CCJ.
Ambos afirmaram, inclusive, que já receberam essa sinalização por parte de integrantes do Congresso.
Relembre as ações de Kicis
Da ala mais radical do bolsonarismo, Bia Kicis é uma das investigadas no chamado inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal. A investigação apura se Kicis usou o orçamento de sua cota parlamentar para espalhar mensagens a favor de manifestações que pediam o fechamento do Congresso e do STF.
Além de ser alvo de investigação, a bolsonarista também é uma entusiasta do golpe de Estado. Em maio de 2020, quando o Brasil atingia o pico de mortes por conta da Covid e sofria com a letargia do governo no combate ao vírus, a parlamentar defendeu intervenção militar constitucional em caso de não deixarem o atual chefe do Palácio do Planalto governar.
Seu discurso foi feito no plenário da Câmara, em plena luz do dia, assim como seu líder, Bolsonaro, fez no passado, ao defender o torturador Brilhante Ustra.
A indicada para a CCJ também é fervorosa militante no quesito negacionista. Em um vídeo publicado em sua rede social no dia 5 de janeiro, ela faz um tutorial de como burlar o uso da máscara, item essencial de proteção na contaminação da Covid.19.
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