Para FHC, Doria cresce na crise do coronavírus enquanto Huck encolhe
"Doria fica maior. Os que detêm alavanca de poder, como o Doria, têm maior projeção. O Doria vem da rede social. Está tendo uma vantagem indiscutível”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
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247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que no atual momento político brasileiro o presidencialismo de coalização deu lugar a um sistema de governo compartilhado pela Câmara, Senado e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em uma espécie de parlamentarismo branco. Para FHC, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) vem ganhando espaços durante a crise resultante da pandemia do novo coronavírus, enquanto o apresentador Luciano Huck vem encolhendo politicamente.
“Estamos passando por uma situação curiosa politicamente no Brasil. Tínhamos um sistema baseado em coalizão, que não foi planejado pela Constituinte, mas foi acontecendo. É a coligação de vários partidos para poder governar. O presidente atual despreza os partidos, mas está acontecendo uma coisa curiosa, uma espécie de governo compartilhado. A Câmara e o Senado estão atuando mais efetivamente. O STF também. Não se sabe muito bem o que vai acontecer de tudo isso, mas há outro sistema em funcionamento que não é mais o de coalizão”, disse o ex-presidente em entrevista publicada neste domingo (19) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“Isso (parlamentarismo branco) está acontecendo, mas a cultura no Brasil não é parlamentarista. Desde o Império as pessoas precisam ter alguém que conduza. Elas criticam quem conduz, mas precisam de alguém para conduzir”, completou. Ainda segundo ele, o neoliberalismo está em “xeque”. “O Estado atuante e necessário, nem o mínimo nem o máximo. Na hora da crise todo mundo vira keynesiano (quem segue o economista inglês John Maynard Keynes) e quer que o governo gaste e dê dinheiro para quem não tem emprego. Aí se vê que o Estado tem uma função reparadora importante”, disse.
FHC ressaltou que “nesse momento quem está colhendo mais frutos é o Doria. O Doria tem mostrado capacidade de sobreviver na crise”. Para ele, o governador de São Paulo pode ocupar o vácuo de liderança entre os partidos de centro. “É o que ele se propõe. Fora disso, quem tem? Um projeto, que é o Luciano Huck, que nasce de um movimento fora dos partidos. Mas na crise ele não tem instrumentos de aparecer e agir. Fica menor na crise. Doria fica maior. Os que detêm alavanca de poder, como o Doria, têm maior projeção. O Doria vem da rede social. Está tendo uma vantagem indiscutível”, afirmou.
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