Na UERJ, Dilma relaciona eleição de Bolsonaro às fake news
Em aula magna, ex-presidente denunciou a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, em 2018, como produto da divulgação de fake news nas redes sociais e criticou o processo de monopólio das redes sociais
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247 - Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a ex-presidente Dilma Rousseff relacionou a vitória do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 às fake news distribuídas através de redes sociais. A declaração foi dada durante a aula magna de abertura do curso de mestrado "Estado, Governo e Políticas Públicas", afirma matéria da Época.
O evento foi realizado nesta sexta-feira, 6, e abriu o ano letivo da instituição. O principal tema foi o "Capitalismo da Vigilância". Dilma defendeu que este modelo utiliza o comportamento humano e dados pessoais como matéria-prima, favorecendo o lucro de grandes empresas como Facebook e Google.
Segundo a ex-presidente, o uso de dados distorcidos é "intrínseco ao sistema, da mesma forma como [as empresas] utilizam os dados nas atividades econômicas".
"A relação bilateral estabelecida pelo WhatsApp é decisiva para as empresas politicamente. Além de ganhar dinheiro com anúncios, usaram o mesmo processo para beneficiar o Bolsonaro. Vai pegar todos aqueles que são sensíveis à questões como segurança, moral e bons costumes, e atingi-los com micro-alvos", declarou.
Dilma também denunciou a aquisição do Instagram e do WhatsApp pelo Facebook como um caso de monopólio. “A empresa pode controlar três bilhões de usuários", disse. Ainda criticou que a permissividade sobre discursos de ódio e preconceito nas redes não pode ser justificada como liberdade de expressão.
"Eles não aceitam esse controle, nem o Facebook, nem o Twitter. Quem tem força para controlar esse processo é o Estado, mas para essas empresas o futuro é privado. Usam dados para monitorar o comportamento de cada um de nós, principalmente as escolhas de cada um, sem nenhum consentimento claro sobre os dados obtidos", reforçou.
No evento, Dilma foi aplaudida de pé pela plateia de mais de mil pessoas quando atacou os políticos corruptos. Ela também atacou a desigualdade do sistema tributário e a concentração de renda, afirmando que: "sem regulação, Estado e democracia, teremos imensas dificuldades, com cada vez mais trabalhadores deslocados".
Além dela, participaram da aula o conselheiro acadêmico da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso), Pablo Gentili; a pró-reitora de Extensão e Cultura da universidade, Cláudia Gonçalves; o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann; e o reitor da UERJ, Ricardo Lodi.
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