Mourão fala à Globo e já se coloca como futuro presidente

Hamilton Mourão concedeu entrevista à Globonews na noite desta terça posicionando-se como futuro presidente. Ele disse que as Forças Armadas não devem ficar "dentro do governo" e criticou indiretamente a postura de Bolsonaro na crise do coronavírus

(Foto: ABr)


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247 - O general vice-presidente Hamilton Mourão concedeu entrevista à Globonews na noite desta terça-feira (14) posicionando-se como futuro presidente da República, à espera de um possível impeachment de Jair Bolsonaro. Ele repete o movimento de Itamar Franco, vice-presidente de Fernando Collor, que em 1992 movimentou-se com discrição procurando colocar-se como sucessor confiável do então presidente. Mourão disse na entrevista que as Forças Armadas devem ficar fora do governo e fez uma crítica contundente à postura de Bolsonaro na crise do coronavírus: “Ter mais de 70 mil pessoas que já foram a óbito, você não pode ficar batendo palmas para isso e achar que é normal”, disse.

“Não queremos trazer as forças, efetivamente, para dentro do governo. Nós não queremos a política indo para dentro dos quarteis e a discussão 'eu apoio o presidente', 'eu sou contra o presidente', independentemente de ele ser um militar, um antigo militar ou não", afirmou Mourão. “Quero que meus companheiros continuem com a visão da missão constitucional do Exército, e não ficar me aplaudindo, ou Bolsonaro ou Ramos (ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos). Isso fica para aquela conversa de final de tarde”, completou. 

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"Eu me relaciono bem com nossos diferentes atores do espectro político. Discordo da opinião de alguns, eles também discordam da minha. Mas quando a gente lida dessa forma, não precisando nos ofender mutualmente, acho que isso é a essência da política. E eu sempre digo, a gente pratica política desde cedo", observou.

Mourão também disse aprovar as ações adotadas pelo governo em relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, apesar de “não estar satisfeito com as consequências com as consequências que a doença tem trazido para a saúde". "Você ter mais de 70 mil pessoas que já foram a óbito, você não pode ficar batendo palma e achar que isso é normal”, disparou.

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