Ministro do STJ critica negacionismo e "necropolítica" de Bolsonaro

“O recado transmitido é, todavia, de confronto, de desprezo à ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa, de silêncio ou até de pilhéria diante de tragédias diárias. É a reprodução de uma espécie de necropolítica", disse o ministro do STJ Rogerio Schietti

Rogerio Schietti
Rogerio Schietti (Foto: Solon Soares/ALSC)


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247 - O ministro do STJ Rogerio Schietti fez críticas a Jair Bolsonaro sobre o que classificou como "necropolítica". Ele também falou do negacionismo do bolsonarismo em relação à ciência.

As declarações foram feitas pelo ministro ao rejeitar ação de uma deputada estadual de Pernambuco contra o isolamento social decretado no estado pelo governador Paulo Câmara (PSB).

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“Em nenhum país, pelo que se sabe, ministros responsáveis pela pasta da Saúde são demitidos por não se ajustarem à opinião pessoal do governante máximo da nação e por não aceitarem, portanto, ser dirigidos por crenças e palpites que confrontam o que a generalidade dos demais países vem fazendo na tentativa de conter o avanço dessa avassaladora pandemia. Boa parte dessa realidade se pode creditar ao comportamento de quem, em um momento como este, deveria deixar de lado suas opiniões pessoais, seus antagonismos políticos, suas questões familiares e suas desavenças ideológicas, em prol da construção de uma unidade nacional. O recado transmitido é, todavia, de confronto, de desprezo à ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa, de silêncio ou até de pilhéria diante de tragédias diárias. É a reprodução de uma espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares ignominiosos no cenário mundial), e à violência ideológica, mais silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e intolerância a grupos minoritários".

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