Ministro começa a investigar seu Ministério

Situao paradoxal: escalado para cuidar bem da coisa pblica, Alfredo Nascimento ( esq.), dos Transportes, deixa correr escndalo milionrio em ferrovias; agora, apura o quanto cuidou mal da coisa pblica; principais suspeitos, como Luiz Pagot, so seus auxiliares; quem pode ser o chefe?



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Rodolfo Borges_247, de Brasília – Foi instaurada nesta terça-feira a Comissão de Sindicância Investigativa que vai apurar as denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes noticiadas nesta semana pela revista Veja. O assessor especial de Controle Interno do Ministério, Marco Antônio Prandini, preside a Comissão, que tem 30 dias para concluir sua apuração. A composição do grupo foi publicada no Diário Oficial da União, que também publicou a exoneração de Mauro Barbosa da Silva do cargo de chefe de gabinete do ministro dos Transportes e de Luiz Barbosa Bonvini do cargo de assessor.

O Diário Oficial não menciona, contudo, Luiz Antonio Pagot, diretor do DNIT, e José Francisco das Neves, o presidente da Valec, envolvidos nas denúncias. A publicação desta terça-feira traz, aliás, atos assinados por Pagot, que, assim como Neves, havia sido afastado do cargo ainda no sábado pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. O ministro reuniu os parlamentares de seu partido, o PR, nesta segunda-feira, no MInistério, para se explicar e recebeu o apoio da maioria deles.

O deputado federal Homero Pereira (PR-MT) vem defendendo Pagot em seu Twitter ao longo do dia. “Defendo a permanência de Luiz Pagot à frente do órgão. Ele vai provar o erro cometido contra ele. Não quer manchas em sua biografia”, escreveu. “Tenho convicção de que Luiz Pagot está sendo injustiçado. Ele pode e vai contestar todas as inverdades que estão falando dele”, completou, acrescentando que confia plenamente na conduta de Pagot.

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Em nota assinada pelo secretário-geral do partido, Waldemar Costa Neto, o partido anunciou a decisão de processar a revista Veja. Famoso por envolvimento no escândalo do mensalão, que o levou a renunciar ao mandato de deputado em 2005, Waldemar também foi mencionado pela revista como participante do "mensalão do PR".

A Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou em nota enviada à imprensa na noite desta segunda-feira uma impressão consolidada há anos na Esplanada dos Ministérios: há algo errado no Ministério dos Transportes. Ao anunciar que daria início a “um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias recentes sobre irregularidades”, a CGU lembrou que há um “histórico de irregularidades na área, de conhecimento público, que remonta ao antigo DNER, antecessor do atual DNIT”.

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O órgão fiscalizador, cuja atuação foi solicitada pela presidente Dilma Rousseff, testemunha na nota, contudo, “o esforço de melhoria que vem tendo lugar, nos últimos anos, na gestão da autarquia, do que é claro reflexo a redução do número de obras sob responsabilidade do DNIT com paralisação recomendada pelo TCU, a cada ano”. O número de paralisações caiu de 40 obras em 2007 para nenhuma obra do Ministério dos Transportes neste ano.

Ainda assim, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a estatal Valec foram alvo de “pelo menos 18 Processos Administrativos Disciplinares (PAD) e sindicâncias instauradas diretamente pela CGU no período de 2009 a 2011”. Os processos atingiram pelo menos 30 dirigentes e servidores das duas áreas, e o próprio Ministério dos Transportes instaurou outros 150 PADs nesse mesmo período, 66 deles referentes ao DNIT. “Todos esses processos são acompanhados pela CGU”, informou o órgão na nota.

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