Meu garoto! Meu pai, pai!
Marcio Lacerda, prefeito de BH, presenteia o filho Tiago com um cargo de gerenciamento dos projetos para a Copa de 2014 e diz no estar nem a para as acusaes de nepotismo, como no estava nem a para a de que freta jatinhos quando bem entende. O mais incrvel: nem PT, nem PSDB querem enfrent-lo em 2012
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247 – Cascatinha, interpretado por Costinha, era o orgulho do papai, vivido por Chico Anysio. Uma relação criada por dois dos maiores humoristas do Brasil está sendo repetida hoje numa das maiores cidades brasileiras: Belo Horizonte, onde o prefeito, Marcio Lacerda, presenteou o filhão Tiago com o cargo de “supergerente” dos preparativos para os projetos da Copa de 2014 na capital mineira.
A lei brasileira proíbe o nepotismo e, por isso mesmo, o Ministério Público de Minas Gerais finaliza uma ação que será ajuizada contra a prefeitura para anular a nomeação de Tiago “orgulho do papai” Lacerda. O que diz o prefeito? Aparentemente, nem liga. Diz que o filho renunciará ao salário e que assim o problema estará resolvido, uma vez que se trataria de “trabalho voluntário”.
Parêntese: deve ser mesmo um grande problema renunciar a um salário de servidor público e lidar com obras como a do Mineirão, que pode até sediar a abertura da Copa, e cujos operários estão em greve, além dos projetos bilionários de mobilidade urbana.
Sem adversários
Marcio Lacerda, aparentemente, não dá muita bola para os constrangimentos legais. Recentemente, quando foi flagrado voando em jatinhos particulares, disse apenas que continuaria fretando as aeronaves, a bem do serviço público.
Ex-guerrilheiro que se converteu em empresário de telecomunicações, ele é amigo de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, e da presidente Dilma Rousseff. Também é próximo ao ex-governador mineiro Aécio Neves.
Tanto que, na eleição municipal de 2008, Belo Horizonte foi o laboratório de uma experiência política montada por Aécio: a da convergência entre petistas e tucanos. Os dois antípodas da política brasileira, em BH, apoiaram um mesmo nome, filiado ao PSB, partido de Lacerda.
Em 2012, tudo indica que essa aliança irá se repetir. E é essa força que dá a Lacerda o "direito" de fazer o que bem entende na capital mineira, onde a imprensa local também parece não se importar muito com o que se passa nas montanhas das Gerais.
“Meu garoto”, diz o prefeito.
“Meu pai, pai!”, responde o filhão.
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