Mentiras e omissões

Palocci não convence em entrevista três semanas depois de denunciado



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Palocci mentiu bastante e omitiu muito na entrevista à TV Globo. Não mentiu tanto porque omitiu muito, já que nada acrescentou ao que já se sabe e ao que já se disse sobre seu enriquecimento súbito. Às vezes parecia pensar que falava para idiotas que acreditariam nele. Saiu do jeito que entrou.

O repórter Júlio Mosquéra cumpriu bem seu papel de entrevistador, faltou apenas uma pergunta sobre os maus antecedentes de Palocci acumulados desde que foi prefeito de Ribeirão Preto. Quem já fez o que ele fez, é suspeito em princípio. Palocci cumpriu bem o papel para o qual foi treinado: nada dizer além de formalismos jurídicos e afirmações que não o complicam perante a Justiça.

Mas, ao contrário do que dizem alguns blogueiros, não estava nada calmo. Estava nervoso, tenso. Era visível até na expressão. A entrevista demorou, começou com muita luz na rua, acabou com pouca. Os carros que passavam já estavam, no final, com faróis acesos.

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Se Palocci estivesse tranquilo e tivesse como explicar, teria dado uma entrevista coletiva. Se, além disso, tivesse a coragem que homens públicos têm de ter, teria ido ao Congresso Nacional. Palocci, na verdade, tem muito a esconder e é covarde – como foi ao negar que frequentasse a casa no Lago Sul e ao divulgar o extrato bancário do caseiro Francenildo.

Em resumo, ninguém com um mínimo de discernimento foi convencido pela entrevista que a “consultoria” não era tráfico de influência ou, quem sabe, desvio de caixa dois. Consultoria, mesmo, é que não era.

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Palocci não disse um só número na entrevista. Ficou preso a formalismos, como a consultoria era legal, notas fiscais foram emitidas, impostos foram pagos. Isso não quer dizer absolutamente nada, porque o que está em jogo é uma questão ética e moral. Até petistas que aparecem na televisão falando da lisura e da honestidade de Palocci sabem que o procedimento dele não foi ético e desconfiam que haja muita coisa errada nisso tudo. Defendem o ministro por conveniência política.

O governo federal está fazendo pesquisa para verificar como a entrevista foi recebida pela opinião pública. Se for aprovado pela maioria continuará na Casa Civil? Se for esse o raciocínio, será apenas mais um erro dentre os cometidos desde 15 de maio, quando a Folha de S. Paulo publicou as denúncias.

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Continuar errando, mantendo Palocci no governo, é burrice política.

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