Mãe Dilma entra em cena
Um dia depois de cortar R$ 50 bilhes do oramento, a presidente anuncia aumento de at 45% no Bolsa-Famlia
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A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira 1 reajuste de 45% na parcela relativa a filhos, nos benefícios pagos pelo Programa Bolsa Família. "Vamos beneficiar quem tem mais filho", disse a presidente, dizendo que o governo vai gastar R$ 2,1 bilhões com o reajuste. O decreto concedendo o reajuste foi assinado em Irecê, cidade localizada a 478 quilômetros de Salvador, no sertão da Bahia, em cerimônia de comemoração ao mês da mulher. Segundo ela, outras parcelas do programa terão reajuste menor, mas, na média, o aumento será de 19,4%.
Atualmente, o Bolsa Família atende 12,9 milhões de famílias, que recebem de R$ 22 a R$ 200. O programa não é reajustado desde 2009. Ela explicou que o programa não foi reajustado em 2010 porque foi ano eleitoral. "Não fizemos política com Bolsa Família". A decisão de o aumento incidir sobre a parcela relativa à quantidade de filhos é, de acordo com o governo, em razão de que 34% a 35% das famílias mais pobres terem como chefe uma mulher.
Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 93% dos usuários do cartão Bolsa Família são mulheres. Por isso, o governo federal considera o programa importante para melhorar a vida econômica das mulheres.
No discurso, a presidente disse que estava com uma missão que a orgulhava muito. "Irecê e a Bahia são o primeiro Estado e município que visito com este contato tão amigo, caloroso e carinhoso da população. Queria dizer pra vocês que estou muito comovida". E falou do compromisso com a parcela da população brasileira que foi sempre abandonada e tratada como sendo uma parte da população que não interessava ao Brasil. "Este País só será grande se todos forem grandes com ele. Por isso, cada família brasileira tem de ser o centro da nossa política, o mais importante para um governo".
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, informou ainda, em entrevista após cerimônia em Irecê (BA), que os novos valores dos benefícios do Bolsa Família vão beneficiar 50 milhões de pessoas. A título de exemplo citou que uma família de 2 filhos que hoje ganha R$ 112 vai passar a receber R$ 134.
Segundo a ministra, essa diferença de R$ 22 é suficiente para comprar o arroz e feijão que essa família consome. Para Tereza, não há nenhum contrassenso o governo dar um reajuste de 19,4% para o Bolsa Família e de 6,86% para o salário mínimo. "Não são coisas que se comparam. O salário mínimo é uma política de Estado, que organiza a agenda de economia. Bolsa Família é transferência de renda", justificou.
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