Lula sobre voto impresso: "Congresso tomou decisão correta e rejeitou a volta dos dinossauros"

Ex-presidente diz que debate "não tem nenhuma lógica". "Bolsonaro e toda sua família foram eleitos a vida toda com urna eletrônica e nunca reclamaram", lembra

(Foto: Reprodução | ABr)


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247 - O ex-presidente Lula (PT), em entrevista nesta quarta-feira, 11, à Rádio Aparecida, afirmou que o “Congresso tomou a decisão correta e rejeitou a volta dos dinossauros, que era essa coisa de voto impresso”, ao comentar a votação da PEC que obrigava a expedição de cédulas físicas conferidas pelo eleitor nos processos de votação das eleições, dos plebiscitos e referendos.

Nesta terça-feira, 10, em votação no plenário mesmo após ter sido derrotada em comissão especial, a PEC do voto impresso defendida pelo governo Jair Bolsonaro foi rejeitada pela Câmara dos Deputados. Foram 229 votos favoráveis e 218 contrários. Como não foram obtidos os 308 votos favoráveis necessários, o texto será arquivado. Ao todo, 448 votos foram computados.

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Segundo o ex-presidente petista, o debate "não tem nenhuma lógica". "Bolsonaro e toda sua família foram eleitos a vida toda com urna eletrônica e nunca reclamaram", afirmou.

No entanto, Lula destacou a alta votação favorável ao retorno do voto impresso e declarou que “temos o Congresso mais conservador da história”. Por isso defendeu que, nas eleições de 2022, o povo possa "eleger um Congresso mais comprometido com os interesses do povo brasileiro". Na quinta-feira passada, 5, a Câmara votou pela privatização dos Correios.

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'Bolsonaro é um genocida'

Ainda, perguntado sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil, que já matou mais de 560 mil pessoas, o ex-presidente disse que, quando houve o primeiro surto da doença no país, Bolsonaro deveria ter criado um comitê e se unido com governadores, comprado mais cedo as vacinas, para evitar, pelo menos, a morte de metade das pessoas.

Ele ainda destacou o caráter negacionista de Bolsonaro, que "provocava pessoas que pediam para ficar em casa" e, enquanto criticava a vacinação, defendia remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19. "É um genocida, pois carrega nas costas a responsabilidade da quantidade de mortes que tivemos no Brasil", disse.

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'Brasil precisa de desenvolvimento'

Lula também criticou a política econômica do governo federal. "Nós temos um presidente que não utiliza as palavras desenvolvimento, crescimento econômico, transferência de renda. O Brasil está sem projeto de desenvolvimento e crescimento econômico", declarou, complementando que o país precisa, além de um forte agronegócio, “de indústria forte e ser mais competitivo no mercado internacional".

Nesse sentido, o dirigente petista disse que as privatizações promovidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, prejudicam o crescimento econômico do Brasil, pois as empresas públicas, "que deveriam ser utilizadas como empresas indutoras do crescimento econômico", são dadas para empresários estrangeiros, "que não virão aqui para gerar empregos, mas para fechar nossas empresas".

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Mudanças no Bolsa Família

Sobre a recente mudança promovida no programa ‘Bolsa Família’, que teve seu nome alterado para ‘Auxílio Brasil’ e cujo valor deve ser aumentado em 50%, de R$ 189 mensais para R$ 283,50, Lula disse que "é muito importante aumentar”, mas ressaltou que o PT defende “uma Bolsa Família de R$ 600” durante a pandemia.

“Se o Bolsonaro agora quer aumentar o Bolsa Família por causa da eleição, que aumente. O povo tá passando fome. Tá precisando”, disse.

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Ele ainda destacou: “há muito tempo que eu não via o Brasil tão desconsolado e as pessoas com tanta desesperança", e lembrou que, quando o PT era governo, “de 2003 até o golpe contra Dilma, nós fizemos a maior política de inclusão social do Brasil".

Lula relembrou programas do PT no governo, como o Bolsa Família, o aumento sistemático e anual do salário mínimo, políticas para ajudar o pequeno e médio produtor rural, entre outras coisas, “para as pessoas mais pobres conquistarem sua cidadania”.

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“O sucesso das políticas sociais do PT não era só Bolsa Família. Além de construirmos um programa que exigia crianças na escola, pré-natal obrigatório, vacinação em dia, tivemos uma política permanente de valorização do salário mínimo, auxílio a pequenas e médias empresas”, disse.

Confira a íntegra da entrevista:

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