Lula reúne 7 governadores e 16 senadores por apoio contra Bolsonaro

Em evento na capital paulista havia membros de dez partidos, incluindo legendas que não fizeram parte da aliança no primeiro turno com o candidato do PT ao Planalto

Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com lideranças políticas na capital paulista
Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com lideranças políticas na capital paulista (Foto: Ricardo Stuckert)


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247 - O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu sete governadores e 16 senadores nesta quarta-feira (5) na cidade de São Paulo (SP), onde o ex-presidente garantiu mais apoio para o segundo turno da eleição presidencial, falou de propostas e criticou Jair Bolsonaro (PL), que enfrentará o petista no dia 30 de outubro.

Na reunião havia membros de dez partidos, incluindo legendas que não fizeram parte da aliança no primeiro turno, como PSD e MDB; que se mantiveram neutros; e o PP, que está com Bolsonaro. Havia ainda três governadores e cinco senadores eleitos no último domingo (2).

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O evento, Lula afirmou que o "povo não quer muito". "Só quer o que está na Constituição", disse. "Como pode um presidente passar quatro anos sem reajustar salário mínimo, merenda?", disse o ex-presidente ao criticar Bolsonaro.

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De acordo com uma proposta enviada em agosto pelo governo federal ao Congresso Nacional, o salário mínimo não aumentará além da inflação em 2023, quarto ano seguido sem ganho real

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O governo também decidiu não reajustar o valor destinado a merendas escolares no País. Prefeitos disseram que a falta de aumento dos investimentos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) tem feito os municípios gastarem mais. A inflação da cesta básica, que inclui feijão e verduras, teve alta de 26,75% de maio de 2021 a maio deste ano.

O ex-presidente criticou o problema da fome. "Às vezes as pessoas falam que eu tenho que fazer um discurso novo. Eu aprendo para falar coisas novas, mas o povo ainda está com fome. O povo ainda quer comida, quer casa. É por isso que nós vamos voltar a fazer o Minha Casa Minha Vida".

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O número de pessoas passando fome no Brasil foi de 33,1 milhões entre o fim de 2021 e abril de 2022, de acordo com o segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) e divulgado em junho. 

Primeiro turno

O ex-presidente ficou em primeiro lugar, com 48% dos votos válidos (57,2 milhões) no primeiro turno da eleição, contra 43% (51 milhões) de Bolsonaro, o primeiro ocupante do Planalto a perder a eleição em primeiro turno desde 1997, quando a reeleição foi aprovada.

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A candidatura de Lula teve o apoio de mais nove partidos no primeiro turno - PT, PSB, PCdoB, Solidariedade, PSOL, Rede, Avante, Agir (antigo PTC) e PV. 

Bolsonaro conseguiu o apoio de três legendas - PL, PP e Republicanos.

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Fortalecimento

A reunião na capital paulista serviu fazer um balanço do primeiro turno e estabelecer estratégias para que Lula e Alckmin cheguem à vitória no dia 30 de outubro. Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, aproveitou a oportunidade para saudar os que estão se incorporando à campanha, como Helder Barbalho, governador reeleito do Pará.

Clécio Luís, governador eleito no Amapá, foi outro que somou à luta pela defesa da democracia. Segundo ele, o povo que vive na Amazônia quer o desenvolvimento sustentável da floresta, e essa é uma pauta do plano de governo de Lula e Alckmin.

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Já lideranças do Nordeste como Rafael Fonteles e Wellington Dias, respectivamente eleitos governador e senador pelo Piauí, lembraram que a região sempre votou com Lula por saberem do peso das políticas públicas para combater a desigualdade social, e defenderam o combate às notícias falsas.

“Faltou pouco para vencermos no primeiro turno. E agora, sem meias palavras, vamos completar a vitória. Temos o apoio do PDT, Ciro Gomes, MDB, Simone Tebet, lideranças do PSDB. É uma eleição bem diferente de outras eleições, é pelo Brasil. De hoje até o dia 30 vamos fazer os principais dias das nossas vidas, por democracia”, declarou Dias.

Fátima Bezerra, governadora reeleita no Rio Grande do Norte, disse que a primeira batalha foi vencida por Lula, mas que a luta começa para valer agora e que por isso assumiu a coordenação da campanha do ex-presidente em seu estado.

“Não é só diálogo com partidos, mas buscando também diversos seguimentos da sociedade. O Nordeste nunca faltou ao Brasil e nunca faltará de maneira alguma. Mais uma vez estamos dando lição de altivez e sabedoria. Todos temos claro o que está em discussão nesse momento, que é a defesa da democracia”, afirmou.

Senador pelo Rio Grande do Sul, Paulo Paim garantiu que a comunidade negra está com Lula e ajudará a elegê-lo presidente. “No seu tempo nós tínhamos um Ministério, a Fundação Palmares existia, nós tivemos a lei de cotas que mudou a cor da universidade”, recordou.

Alexandre Giordano, senador de São Paulo, e Kátia Abreu, senadora pelo estado de Goiás, defenderam um país harmonioso e unificado, em que as pessoas prezem pela paz e pela educação. “A gente não pode continuar confundindo pessoas corajosas com pessoas toscas, eu não suporto mais o meu Brasil armando as pessoas que se matam nas ruas, os nossos jovens chorando pelo fim das escolas, ver o presidente imitando e debochando de pessoas morrendo, envergonhando todo o povo brasileiro. Por tudo isso, o plano econômico desta hora é a democracia, por uma questão simplesmente civilizatória”, disse Kátia Abreu.

Agronegócio 

Senador pelo estado de Rondônia, Acir Gurgacz foi outro que se somou à frente ampla. Ele, assim como o também senador do Mato Grosso Carlos Fávaro disseram que estão trabalhando para que as pessoas do agronegócio reconheçam que o grande avanço no campo aconteceu a partir de 2003, com Lula na Presidência.

“Venho de um estado rico. De que adianta tanta fartura, se existe tanta gente passando fome? Venho fazendo um resgate do que Lula e a Dilma fizeram pelo agronegócio. Essa é a mensagem que nós vamos levar para todo o agricultor e ao povo brasileiro”, disse Fávaro.

A polarização entre democracia e barbárie foi um ponto abordado pelo senador da Bahia Jaques Wagner. Segundo ele, a eleição de 2022 tem uma característica diferente, que é o embate entre democracia o autoritarismo.

Já o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino, apontou algumas questões para que Lula e Alckmin alcancem a vitória no segundo turno, como o caráter decisivo do Nordeste, que equilibrou a balança de votos durante a apuração. Outro ponto foi institucionalizar a questão do transporte público, para garantir que a população tenha o direito de votar, sobretudo moradores da zona rural.

Segundo Dino, ampliar a campanha no Norte e Nordeste será um dos vetores da vitória do campo progressista. “Eleição se ganha na rua. E militância vai pra rua quando o líder vai na rua. E isso tem um efeito psicológico na nossa militância que estava emparedada pela violência do fascismo. Quando a gente vai pra rua a galera assume, coloca bandeira na janela”, disse.

“Disputa de legado é quase tudo, porque pela primeira vez haverá um debate entre o adversário e o nosso campo. Em 2018 não houve, em 2022 também não, ele se escondeu, teve três chances de perguntar pro Lula e tremeu. A verdade é que Bolsonaro morre de medo do Lula”, completou.

Senadores e deputados

Também participaram do encontro a governadoras Regina Sousa (PT-PI) e as vice-governadoras Lígia Feliciano (PDT-PB) e Eliane Aquino (PT-SE), os governadores Carlos Brandão (PSB-MA), Paulo Câmara (PSB-PE), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Dantas (MDB-AL), além do vice-governador Felipe Camarão (PT-MA).

Entre os senadores, marcaram presença Fabiano Contarato (PT-ES), Renan Calheiros (MDB-AL), Renan Filho (MDB-AL), Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Veneziano Vital (MDB-PB), Jacques Wagner (PT-BA), Jader Barbalho (MDB-PA), Camilo Santana (PT-CE), Alexandre Silveira (PSD-MG), Marcelo Castro (MDB-PI) e José Amauri (Podemos-PI).

Deputados federais também estiveram presentes, como Rui Falcão (PT-SP), José Guimarães (PT-CE), Carlos Zaratini (PT-SP), Márcio Macedo (PT-SE) e Rejane Dias (PT-PI), bem como o deputado estadual Evandro Leitão (PDT-CE) e o distrital Leandro Grass (PV-DF).

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