Lula: Estamos vivendo um genocídio praticado pela irresponsabilidade de Bolsonaro

O ex-presidente Lula (PT) ainda afirmou que 2021 é o ano de lutar pela vacinação contra a Covid-19 no País e defendeu um auxílio emergencial “para que o povo possa ficar em casa e possa comer” e os pequenos e microempresários não entrem em falência

(Foto: Reuters)


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247 - O ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, na Band, afirmou que o Brasil está vivendo um genocídio, causado “pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio”, referindo-se a Jair Bolsonaro.

"Estamos vivendo um genocídio. Não um genocídio de estado como foi o genocídio contra os negros ou contra os indígenas, porque é um genocídio praticado pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio”, afirmou.

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O petista lembrou dos milhões de casos e óbitos pela Covid-19 no mundo, e se solidarizou com as vítimas e os familiares afetados pela pandemia.

Diante do caos sanitário vivenciado no Brasil, que registra quase 4 mil mortes pela doença diariamente, Lula pediu que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “atenda aos pedidos dos governadores, que têm feito um trabalho muito duro, e dos prefeitos”.

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Ele ainda enviou mensagem a Bolsonaro. “Quando é que você vai assumir a responsabilidade de parar de brincar  e governar esse país?”, perguntou.

“Aceita o conselho da ciência para cuidar do coronavírus. Fecha a boca, Bolsonaro. Não adianta ficar falando bobagem. Deixa o médico falar por você. Da mesma forma que você não sabe falar de economia, não sabe sobre saúde. Deixa o seu ministro da Saúde falar, deixa o pessoal do SUS falar, deixa os governadores e os prefeitos falarem”, reforçou.

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“Eu espero que o Bolsonaro esteja vendo isso aqui. Deixa de ser ignorante, presidente. Para de brigar com a ciência. Para de falar para os seus milicianos, fale para os 220 milhões de brasileiros”, apelou Lula.

Prioridade é a vacinação no Brasil

Perguntado sobre as eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente, principal nome para derrotar a extrema-direita na disputa presidencial, falou que agora não é o momento para discutir isso, pois 2021 é o ano de lutar pela vacinação contra a Covid-19 no País.

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“Esse ano é o ano de todos nós que temos responsabilidade com esse país de fazer todo o esforço para conseguir que esse país tenha vacina para vacinar todo mundo, que é a única garantia que nós vamos ter”, disse Lula. 

Ainda, o petista falou da necessidade de ter uma auxílio emergencial “para que o povo possa ficar em casa e possa comer” e os pequenos e microempresários não entrem em falência.

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“Temos que garantir ajuda emergencial para que o povo possa ficar em casa e possa comer. Temos que ter ajuda emergencial para que o microempreendedor e microempresário continuem aberto e funcionando”

Segundo ele, esse é a prioridade. “Depois disso vamos discutir 2022”, afirmou.

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“A pandemia só vai acabar quando tiver vacina para todo mundo!”, completou o ex-presidente, reforçando a importância do pagamento do auxílio-emergencial de R$ 600 aos brasileiros para que o País possa sair da crise.

Lava Jato oficializou o roubo

Lula também afirmou que a “Lava Jato oficializou o roubo” no Brasil. Ele lembrou que a operação “premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas.

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“Todos agora estão fumando charuto cohiba, aquele charuto cubano, e tomando rum cubano às nossas custas”, disse. 

“O objetivo da Lava Jato era menos combater a corrupção, e era um objetivo político. A Lava Jato imaginava destruir os partidos, imaginava desmoralizar o Congresso, imaginava desmoralizar a Suprema Corte. Eles tinham um projeto político”, argumentou.

“Entregou R$ 100 milhões, mas com quantos ficou?”, perguntou o ex-presidente sobre a Lava Jato, que tentou criar um fundo bilionário nos Estados Unidos.

“Sociedade se acovardou"

Ele ainda denunciou que a Lava Jato destruiu empresas e a economia brasileira, ao acabar com mais de 4 milhões de empregos. Por isso, pela falta de reação a isso, Lula disse que a sociedade se acorvadou”.

“A verdade é que a sociedade brasileira se acovardou. Eu nunca vi tanta gente covarde, que não teve coragem de defender sequer os empregos dos trabalhadores que foram vítimas e que não cometeram nenhum erro", declarou

Ele também defendeu um projeto de desenvolvimento econômico para o País. "Eu sou contra o governo empresarial. Mas sou favorável a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. Alguns setores estratégicos não serão privatizados", disse.

O ex-presidente ainda lembrou que no seu governo "o povo podia comprar", destacando que, em sua primeira eleição presidencial vitoriosa, seu vice-presidente foi o empresário José Alencar, "a maior aliança entre o capital e o trabalho nesse país".

"Esse mercado, se tivesse juízo, ia a Aparecida do Norte pagar promessa para eu voltar”, disse.

Críticas a Paulo Guedes

Lula afirmou que “um governo só consegue governar se tiver duas características: credibilidade e previsibilidade”. “Qual é a confiança que o Bolsonaro passa ao povo brasileiro?!”, indagou.

“O Guedes é aquele marido que ao invés de arrumar um emprego ele quer sair vendendo os móveis, o fogão, a geladeira... Quer tudo menos trabalhar”, criticou em seguida o ministro da Economia de Paulo Guedes.

O ex-presidente relembrou a história da formação de sua chapa com o então vice José Alencar, empresário. “Minha chapa com o Zé Alencar de vice foi a maior aliança entre o capital e o trabalho nesse país”, definiu.

Primeiro dia na prisão

A entrevista foi iniciada com uma pergunta sobre a primeira noite que o ex-presidente passou na prisão, no dia 7 de abril de 2018. Lula relatou ter dormido normalmente. “Eu sou bom de cama”, disse aos risos.

“Lembro que quando entrei na prisão o cara queria que eu tirasse meu cinto, meu cadarço. Eu disse pra ele: ‘Cara, não vim aqui pra me enforcar. Eu vim aqui pra provar que o Moro é mentiroso’”.

Lula também voltou a dizer que decidiu se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência. “Eu sempre penso que tenho a mão de Deus e da minha mãe guiando meus passos. Por isso tomei a decisão de ir pra Curitiba. Eu poderia ter entrado numa embaixada. Mas eu quis provar minha inocência. E fui de cabeça erguida”, disse.

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