Leilão para trem-bala não recebe propostas e é adiado

Governo estuda rever projeto e modificar processo de leilo para convencer investidores



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Rodolfo Borges_247 – O governo teve de adiar mais uma vez o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre São Paulo e Rio de Janeiro. Como já era esperado, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não recebeu nenhuma proposta até as 14h desta segunda-feira. Na semana passada, três grupos interessados no projeto entraram com pedidos de adiamento do leilão, mas a ANTT negou as solicitações. “A megalomania petista às vezes fracassa: trem-bala descarrilou”, tripudiou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ao saber da notícia.A proposta do trem-bala realmente não é das mais interessantes. O TAV precisaria de 20 milhões de passageiros por ano para cobrir seus custos operacionais, mas o volume previsto de viagens/ano no trecho não ultrapassa 6,4 milhões de pessoas. Os cálculos são da Consultoria Legislativa do Senado e foram apresentados em dezembro do ano passado. O TAV foi orçado em R$ 33,4 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas calcula-se que precisaria de pelo menos mais R$ 15 bilhões para entrar em funcionamento.

O projeto enfrenta resistência até dentro do governo, mesmo com a linha de crédito especial de R$ 20 bilhões do BNDES aprovada pelo Congresso Nacional. O governo também vai participar diretamente do projeto com R$ 3,4 bilhões, a partir da criação de uma estatal que integrará o consórcio. “O trem bala fora dos trilhos. Não consegue o governo realizar o leilão. Faltam interessados. Governo megalomaníaco é bom só de anuncio”, criticou o líder do PSDB no Senado, senador Alvaro Dias (PR).“Fracasso em mais uma licitação do trem bala mostra a falta de viabilidade do projeto. Só a presidente Dilma defende tal equivoco”, comentou o deputado federal e presidente nacional do PPS, Roberto Freite (SP). Este é o quarto adiamento do leilão, programado inicialmente para dezembro do ano passado. Diante da dificuldade em convencer investidores a topar a empreitada, o governo já cogita rever o projeto ou modificar a forma do leilão, licitando primeiro a tecnologia (coreana, japonesa, europeia, etc) e depois as obras. Por quanto, vence o leilão quem oferecer a menor tarifa para os serviços, desde que abaixo do teto de R$ 199,73.

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