Janaína Paschoal, a superioridade moral e Jesus enquanto coach

Deputada criticou ações com a população dependente de crack do padre Julio Lancellotti em um tuíte e pediu um debate

(Foto: No hospício Brasil, Janaína Paschoal será mesmo vice de Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil))


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The Intercept - “A distribuição de alimentos na Cracolândia só ajuda o crime. O tema precisa ser debatido com honestidade”. A FRASE ACIMA foi retirada de um tuíte que a professora da USP e deputada Janaína Paschoal, do PSL de São Paulo, escreveu no último final de semana. Aos seus quase 900 mil seguidores naquela rede, ela reclamava das ações realizadas pelo padre Julio Lancellotti e dezenas de voluntários nas imediações do Parque da Luz, Campos Elíseos e Bom Retiro, em São Paulo. Por ali, circulam todos os dias cerca de 2 mil pessoas (dados da Unifesp e Uniad). Quase todas estão doentes de crack, droga que há três décadas devasta a vida de milhares de famílias. Se você passou o olho pelas redes ou sites de notícias nos últimos três dias, deve ter visto o buruçu que o post da deputada provocou.

Janaína pediu um debate com honestidade. Atendendo ao seu chamado, puxo respeitosamente uma cadeira e me sento à sua frente.

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Se queremos “propor uma reflexão” não só sobre o que se passa no centro de São Paulo, mas nas cerca de 29 áreas do país nas quais se concentram usuários e vendedores de crack, precisamos olhar essas ruas ocupadas por pessoas, e não por “zumbis”, e nos responsabilizarmos também por essa falência coletiva. A última deve ser compartilhada da mesma maneira com a qual dividimos, por exemplo, a felicidade pelas conquistas de atletas que acabaram de chegar das Olimpíadas. Vi que a deputada comemorou, como eu, as medalhas trazidas. Mas ser “patriota” é que nem união civil: se casadas com o Brasil, precisamos estar com ele na alegria e na doença.

Convocar um debate com o padre Lancellotti e tantas outras pessoas que realizam ações voltadas para a população em situação de rua requer no mínimo esses pressupostos antes de jogar a pedra, se é da pedra que falamos. Saber o que é esse dia a dia, acompanhar durante algum tempo as ações realizadas, se aprofundar em medidas anteriores e estudos, os erros, os acertos. A deputada joga para o padre a responsabilidade de solucionar problemas públicos em vez de mirar a si mesma e aos colegas eleitos. A sociedade civil, sejamos justas, tem feito muito pela população de rua, muitas vezes mais que o próprio Estado.

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Leia a íntegra no The Intercept.

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