Haddad diz ser um “ativo do PT para o futuro”
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad reforçou que o ex-presidente Lula é a primeira opção do PT para disputar 2022, porém o ex-ministro se coloca à disposição para o pleito, se for necessário. Também sinalizou que não pretende disputar a próxima eleição municipal. "Devemos aproveitar bem esse tempo, 2020 e 2021, para estudar muito sobre o que nós vamos apresentar em 2022", afirmou
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247 - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad reforçou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a primeira opção do PT para disputar a eleição presidencial de 2022. Haddad afirmou que tem como objetivo formular um projeto para a centro-esquerda apresentar em 2022 e se coloca “à disposição de um campo político” no futuro, continua como presidenciável para disputar o próximo pleito, se for necessário.
"Estamos a três anos da eleição. Devemos aproveitar bem esse tempo, 2020 e 2021, para estudar muito sobre o que nós vamos apresentar em 2022. Ou a gente apresenta uma coisa muito ousada, e ousada não significa ruptura, ou a América Latina vai ter muita dificuldade em projetar um futuro de desenvolvimento inclusivo para as nossas populações. Para entrar no jogo tem que entrar com projeto sólido e consistente", disse ele ao jornal Valor Econômico.
De acordo com o ex-ministro, "as pessoas precisam que os paradigmas estejam mais ou menos organizados para se posicionar. E o Lula é um agente organizador de um paradigma". "A figura dele organiza um polo e permite às pessoas discernirem, num momento chave, o que está em jogo e tomar uma posição mais consciente sobre isso. Isso não significa que o Lula vai ganhar. Significa que as pessoas vão estar familiarizadas com a discussão que interessa ao país. Ele ajuda a organizar o debate público. É bom para a democracia ter mais de um polo", continuou.
Na entrevista, Haddad também criticou a falta de propostas de Jair Bolsonaro para o crescimento econômico. "O governo Bolsonaro, do ponto de vista econômico, não disse a que veio até agora. A não ser por essas maldades anunciadas e encaminhadas ao Congresso, como taxação do seguro-desemprego, esse tipo de medidas micro que não tem impacto macroeconômico nenhum", disse.
"Acredito que o [Paulo] Guedes não tenha um projeto na cabeça, a não ser uma cartilha ultraliberal que ele tenta seguir e que é alguma coisa dos anos 70, dos anos 80, que está a pelo menos 40 anos defasada. Não vejo na equipe econômica formuladores de políticas públicas. Não enxergo um projeto de nação", acrescentou.
O ex-prefeito também avalia que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) "estão na mesma situação: vivem uma crise de identidade".
"Quem está de fora não consegue localizá-los no espectro político. O Bolsodoria elegeu o Doria. Não foi Dorianaro. Da mesma maneira o Ciro. Não consigo enxergar a contribuição deles para o debate político do ponto de vista de situar o eleitor. Para quem tem crise de identidade, sobra desaforo. Não sabemos mais quem é essa persona do ponto de vista político".
De acordo com Haddad, a América do Sul é "um continente à procura de um modelo". "O neoliberalismo vai apresentar uma solução para essa crise do modelo? Do meu ponto de vista não. Devíamos procurar um novo modelo de desenvolvimento mais integrado, mais ambicioso do que o liberalismo é", disse.
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