Haddad exige apuração da participação de Guedes e Campos Neto no escândalo Pandora Papers

"Se houve movimentação financeira é improbidade. Se usou informação privilegiada é crime! Se não apurar, é conivência!!", disse Fernando Haddad após a informação de que Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Campos Neto, abriram offshores em paraísos fiscais. Denúncia foi feita pelo Pandora Papers, projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos

Ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes
Ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Reprodução/Facebook | Marcos Corrêa/PR)


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247 - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) cobrou investigação sobre a offshore aberta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A denúncia foi feita pelo Pandora Papers, projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

"É antiético manter contas em paraísos fiscais para não pagar impostos. Se a conta é de uma autoridade econômica e foi declarada, pode ser legal, mas é grave. Se houve movimentação financeira é improbidade. Se usou informação privilegiada é crime! Se não apurar, é conivência!!", escreveu Haddad no Twitter.

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De acordo com a revista Piauí e da Agência Pública, em 2014, Guedes fundou a Dreadnoughts International, uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Nos meses seguintes, Guedes aportou na conta da offshore a quantia de US$ 9,55 milhões, o que representou US$ 23 milhões na época (no câmbio atual, o valor hoje corresponde a 51 milhões de reais).

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também apareceu como dono da Cor Assets S.A., uma offshore no Panamá, outro paraíso fiscal, na América Central. Neto criou sua offshore em 2004, com US$ 1,09 milhão (R$ 3,3 milhões à época, que, se fossem repatriados hoje, equivaleriam a R$ 5,8 milhões). Ele fechou sua offshore em outubro do ano passado.

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Além da agência Pública e da Piauí, participaram da apuração da reportagem o Poder 360 e o site Metrópoles.

Outro lado

O ministro Paulo Guedes enviou a seguinte nota à Piauí. "oda a atuação privada do ministro Paulo Guedes, anterior à investidura no [atual] cargo, foi devidamente declarada à Receita Federal e aos demais órgãos competentes, o que inclui a sua participação societária na empresa mencionada. Sua atuação sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela responsabilidade. Desde que assumiu o cargo de ministro da Economia, Paulo Guedes se desvinculou de toda sua atuação no mercado privado, nos termos exigidos pela Comissão de Ética Pública, respeitando integralmente a legislação aplicada aos servidores públicos e ocupantes de cargos em comissão. Cumpre destacar que o próprio Supremo Tribunal Federal já atestou a idoneidade e a capacidade de Paulo Guedes, no julgamento de ação proposta pelo PDT contra o ministro da Economia".

O presidente do BC também emitiu uma nota. "As empresas estão declaradas à Receita Federal e foram constituídas há mais de 14 anos com rendimentos obtidos ao longo de 22 anos de trabalho no mercado financeiro, decorrentes, inclusive, de atuação em funções executivas no exterior. Não houve nenhuma remessa de recursos às empresas após minha nomeação para função pública. Desde então, por questões de compliance, não faço investimentos com recursos das empresas. Questões tributárias não são atribuição da minha função pública".

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