Governadores podem se reunir para assumir comando na crise
De acordo com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), Jair Bolsonaro "viu que perdeu a governabilidade". Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB),a fala do ocupante do Planalto sobre o coronavírus indica que "estamos sem direção". Governadores Wellington Dias (PI) e Fátima Bezerra (RN), ambos do PT, também teceram críticas
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247 - Governadores criticaram o pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede nacional, na noite desta terça (24), e afirmam que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, perdeu legitimidade no governo. O ocupante do Planalto voltou a comparar o coronavírus a uma "gripezinha" e pediu a reabertura do comércio.
De acordo com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), Bolsonaro "viu que perdeu a governabilidade". "Ele mesmo deflagrou o seu próprio processo de impeachment. Está completamente fora da realidade", afirmou.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que a fala indica que "estamos sem direção". "Desconectado da realidade, desconectado da ação do Ministério da Saúde, atrapalha o trabalho dos governadores e menospreza os efeitos da pandemia", continuou. "Os governadores precisam se reunir, estamos sem coordenação. O ministro e os governadores de um lado e o presidente menosprezando a pandemia de outro", disse.
O capixaba afirmou que o pronunciamento de Bolsonaro desautoriza o trabalho do ministro Mandetta. "O ministro não tem legitimidade para permanecer mais no ministério", disse.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), disse que a declaração "é de uma perplexidade sem tamanho, é inaceitável e lamentável".
"Confesso que depois da iniciativa do presidente, de ter atendido os governadores, achei que fosse mudar", complementou. "E aí hoje ele vem com essa postura e com esse conteúdo, totalmente na contramão de todas as medidas que, com tanto esforço e responsabilidade, os governadores e prefeitos vêm enfrentando a pandemia?". Os relatos foram publicados pela coluna Painel.
Em vídeo, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), lembrou que uma boa parcela dos infectados pelo coronavírus em outros países estão sendo internados por semanas na UTI, entubados.
"No Piauí tive que tomar medidas duras, de suspender cirurgias marcadas, de casos importantes, seguindo orientação do ministro da Saúde do seu governo [de Bolsonaro] para garantir vagas para quem pudesse precisar, por conta do coronavírus [...] Não se faz isso por uma gripezinha".
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