Generais corruptos?

Comandante do Exrcito Enzo Peri ( esq.) e mais sete generais esto sendo investigados pela Procuradoria da Justia Militar; motivo: ex-comandantes de Departamento de Engenharia e Construo, eles podem ter desviado dinheiro pblico



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247 – No tempo da ditadura militar (1964-1985), os poucos generais que conversavam com a imprensa costumavam ter um argumento na ponta da língua diante das acusações de perseguições políticas, torturas e mortes. Para entrar num córner mais confortável, eles mudavam de assunto para dizer que não havia casos de militares corruptos. Hoje, na democracia, há suspeitas de que esse tipo de argumentação não poderá, em breve, ser mais utilizado. Numa investigação que corre em sigilo, a Procuradoria-Geral da Justiça Militar está investigando ninguém menos que o comandante do Exército, Enzo Martins Peri, e mais sete generais sob suspeita de participar de fraudes em obras do Exército.

Todos eles têm ao menos um ponto em comum: comandaram o DEC (Departamento de Engenharia e Construção) e o IME (Instituto Militar de Engenharia) entre 2004 e 2009, período em que o Exército fez convênios com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para obras em rodovias..

O general Enzo chefiou o DEC entre 2003 e 2007, assumiu o comando do Exército no governo Lula e foi mantido pela presidente Dilma Rousseff..

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O grupo investigado incluídos generais Marius Teixeira Neto, na reserva desde março, e Ítalo Fortes Avena, consultor militar da missão do Brasil na ONU..

A investigação foi aberta em maio pela procuradora Geral de Justiça Militar, Cláudia Luz, para apurar se o general Enzo e os outros que comandavam áreas envolvidas sabiam das irregularidades. Inquérito anterior sobre o caso apontou desvios de recursos públicos de R$ 11 milhões. Os batalhões de engenharia do Exército são convocados com frequência para acelerar obras. Somente do Dnit, o Exército recebeu R$ 104 milhões nos últimos cinco anos.

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As investigações mostram que um grupo liderado por dois oficiais que coordenavam os convênios no IME, o coronel Paulo Roberto Dias Morales e o major Washington Luiz de Paula, criou seis empresas para entrar em concorrências do IME com dinheiro do Dnit..

O major Paula teria movimentado mais R$ 1 milhão em sua conta em um ano e feito 14 viagens aos EUA no período em que trabalhou com o Dnit..Seis militares estão sendo processados na Justiça Militar.

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