Funcionários da Conab pedem mudança desde janeiro

Profissionais temem pela imagem da companhia, envolvida em denncias de corrupo, e defendem profissionalizao nos moldes da Embrapa; alerta foi feito no incio do governo Dilma, mas no surtiu efeito



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Rodolfo Borges_247 – Não se pode dizer que ninguém avisou. As denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura e na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) feitas pelo ex-diretor da Conab Oscar Jucá Neto (irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá) não são novidade para quem trabalha na companhia. É por isso que a Associação Nacional dos Empregados da Conab (Asnab) empreendeu uma campanha no início do ano para dar um fim ao loteamento de cargos nas diretorias da empresa. Não deu certo (o atual diretor, Evangevaldo Moreira dos Santos, é indicado pelo PTB de Goiás), mas as novas denúncias de corrupção na companhia reforçam o alerta dado há seis meses.

Os funcionários da Conab dizem até entender o jogo político, desde que as decisões não ignorem completamente diretrizes técnicas e éticas. “Queremos pessoas íntegras, probas e honestas”, resumiu ao Brasil 247 o presidente da Asnab, Sérgio Camelo. Preocupados com a imagem da empresa, os funcionários continuam aguardando pela indicação de perfis técnicos. “Senão, daqui a pouco, o cidadão lá fora, que desconhece os problemas da empresa, vai passar a ver a Conab como problema e não como solução”, diz Camelo, lembrando que a companhia tem atuação importante no programa Brasil Sem Miséria e nas políticas de agricultura familiar do governo.

“A Conab não pode correr o risco de perder esse trabalho por conta de um ou outro”, acrescenta Camelo. Os funcionários da Conab estudam ainda publicar uma nota de repúdio às declarações de Jucá Neto, questionando por que o ex-diretor não fez suas denúncias enquanto ainda estava nos quadros da companhia.

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Os servidores da Conab cobram há tempos o mesmo tratamento dispensado à Embrapa – também submetida ao Ministério da Agricultura – que estaria “blindada” de influências políticas por dispositivos como a eleição de seus diretores por um comitê composto por membros de fora da empresa. O argumento é de que a gestão da autarquia precisa ser mais profissional. Devido à influência política, a companhia estaria muito mais exposta a desvios.

Rossi

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O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, se comprometeu a comparecer à Comissão de Agricultura da Câmara nesta quarta-feira para explicar as denúncias feitas pelo ex-diretor da Conab. É a cartada do governo para tentar estancar a crise em seu início. Mas o PPS protocolou nesta terça-feira um requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue as denúncias

“Embora a corrupção no país esteja em tal nível que chega a causar desânimo, a luta contra esse mal deve prosseguir", justificou o deputado Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara, aproveitando para propor a instalação de uma ampla Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos de corrupção no governo Dilma Rousseff. Em entrevista à revista Veja, jucá Neto disse que o esquema de desvio de recursos públicos na Conab é comandado pelo ministro Wagner Rossi (PMDB) e que há um “consórcio” entre PMDB e o PTB no controle do ministério.

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