Filhos do presidente do STJ, que concedeu prisão domiciliar a Queiroz, advogam na mesma corte que o pai
Os dois filhos de João Otávio de Noronha, presidente do STJ que concedeu prisão domiciliar a Queiroz e sua esposa, atuam na mesma Corte que seu pai. Ação não é ilegal, mas ministros relatam constrangimento e também condenam, reservadamente, a vinculação pública que ele faz questão de reforçar com seus filhos
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247 - Após a posse de João Otávio de Noronha como presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), os dois filhos do ministro, Anna Carolina Noronha e Otávio Noronha, que advogam na corte, intensificaram a atuação em processos criminais, aponta reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Não é ilícito a atuação dos filhos de Noronha em causas que tramitam no mesmo tribunal — No entanto, nos bastidores do STJ, a reportagem apurou que ministros relatam constrangimento em decidir sobre ações em que figuram nomes dos filhos Noronha. Eles também disseram que a situação criou um clima de insatisfação entre a classe de advogados em Brasília.
O filhos de Noronha atuavam, antes do ingresso do pai na Corte, advogam com temas ligados às áreas civil e pública do direito e passaram a fazer a defesa penal de pessoas investigadas em grandes operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, área mais lucrativa de atuação.
Segundo a reportagem, ministros do STJ estranharam a mudança no perfil de atuação dos filhos do presidente da Corte e também condenam, reservadamente, a vinculação pública que ele faz questão de reforçar com seus filhos.
Noronha decidiu na última quinta-feira (9) mandar Fabrício Queiroz para a prisão domiciliar. Ele estava preso desde 18 de junho e sua mulher, Márcia Aguiar, está foragida desde então. A decisão foi duramente criticada pelo fato de beneficiar diretamente o clã Bolsonaro.
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