FHC sugere ao PSDB volta ao ninho da classe média
Em manifesto que sair na quinta-feira 14, ex-presidente pede a partido para valorizar a modernizao feita em seu governo; Serra, que nunca quis prvias, agora quer
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247 – Como chefe de partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostra mais uma vez que sabe como se fazer ouvir. Em artigo que será publicado esta semana, conforme adiantou o jornal Folha de S. Paulo, na edição desta terça-feira 12, em reportagem de Daniel Lima, ele está propondo uma ampla mudança de estratégia para os tucanos. E com todas as letras. “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, falarão sozinhos”, registra FHC. O artigo aparecerá no novo número da revista Interesse Nacional, que vai circular na quinta-feira 14. O ex-presidente demonstra preocupação em manter e ampliar o predomínio dos tucanos, existente até aqui em estados industrializados como São Paulo e Minas Gerais, na área da classe média. “Dilma, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas (...) mantiveram certa reserva diante de Lula”. Ele conclama o partido a ser mais cuidadoso com o legado de seu governo. “Segmentos numerosos das oposições de hoje aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor na consciência”, alfinetou.
As reflexões de FHC vem a calhar. Neste momento, o PSDB enfrenta uma das maiores crises de identidade de sua história. Depois de três derrotas seguidas nas eleições presidenciais para o PT, com José Serra (duas vezes) e Geraldo Alckmin, os tucanos parecem ter apenas um nome de expressão nacional para concorrerem com chances em 2014, o do senador Aécio Neves, de Minas Gerais. No coração da base partidária, o Estado de São Paulo, o partido está demonstrando desunião. A eleição para a presidência do diretório municipal paulistano, ocorrida no domingo 10, elegeu em chapa única o secretário estadual Julio Semeghini, diretamente ligado ao governador Geraldo Alckmin. Porém, pode ter havido a chamada ‘vitória de Pirro’, aquela que mais se assemelha a uma derrota. Isso porque os 13 vereadores do partido resolveram, durante a convenção partidária, se afastar do processo, descontentes com a falta de presença de seus representantes na chapa. Ele vivem em conflito com Alckmin desde que o derrotaram, em 2008, no processo de escolha do candidato a prefeito: preferiram trabalhar pela escolha do então democrata Gilberto Kassab. Agora, ao levarem o troco do governador e ficaram foram do diretório municipal, ameaçam deixar o partido. Eles poderão migrar para a legenda que vai sendo montada pelo próprio Kassab.
Como contribuição pessoal à confusão interna que reina entre os tucanos, o ex-candidato a presidente José Serra fez seu movimento. Ele está a um passo de defender publicamente a realização de eleições primárias entre os filiados do partido e seu apoiadores para a escolha dos candidatos a prefeitos da legenda em 2012. Serra pediu ao senador Álvaro Dias para ver com seus próprios o projeto que prevê critérios para a realização de prévias. Como se recorda, em 2010, certo de ter maioria na convenção partidária, Serra operou contra a intenção do governador de Minas, Aécio Neves, de realizar prévias para a escolha do candidato presidencial. Neste momento fora do poder em São Paulo, Serra parece querer as prévias para se viabilizar como candidato a prefeito ou, em 2014, novamente a presidente da República. Não há como entender esse movimento como um gesto em nome da unidade dos tucanos.
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