FHC, amigo de Dilma, ataca corrupção de Lula

Ex-presidente liga o sucessor Luiz Incio Lula da Silva "corrupo sistmica" no Pas; Dilma pede freio "faxina", enquanto seus aliados assinam CPI da Corrupo



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247 – Mais cedo ou mais tarde, a amizade entre a presidente Dilma e o ex Fernando Henrique Cardoso começaria a criar embaraços. Não deu outra. Na noite desta terça-feira, FHC fez um ataque direto ao sucessor Luiz Inácio Lula da Silva e “criador” de Dilma. “É preciso acabar com a corrupção sistêmica, que foi sendo consolidada no governo anterior”, disse ele, sem citar o nome de Lula, após participar de um evento empresarial em São Paulo.

Desde o início do seu mandato, Dilma tem sido bastante cordial com FHC – o que demonstra maturidade política. Na festa de 80 anos do ex-presidente, ela reconheceu o papel do tucano na consolidação da estabilidade econômica. Mas essa aproximação, segundo lideranças do PT, tem ido além do necessário. Na semana passada, por exemplo, os dois trocaram elogios num evento em São Paulo, no mesmo momento em que Brasília fervia com denúncias de corrupção. FHC saiu em defesa da “faxina”, enquanto muitos no PT argumentavam que esse discurso fazia parte de um cálculo eleitoral. A tese: para o PSDB seria melhor enfrentar Dilma do que Lula em 2014. E, na noite de ontem, FHC, pela primeira vez, ligou os escândalos ao chamado método Lula de governar.

Em seus oito anos de governo, FHC, assim como Lula, também executou uma política de alianças e teve 94 ministros. Alguns, como Renan Calheiros e Geddel Vieira Lima, ocuparam postos importantes tanto no seu governo como no de Lula. Outros, como Eliseu Padilha, ex-chefe dos Transportes, também estiveram envolvidos em grandes escândalos. E as denúncias de desvios não pouparam nem quadros do próprio PSDB, como Luiz Carlos Mendonça de Barros, Pimenta da Veiga, Ricardo Sérgio de Oliveira – que dizia agir “no limite da irresponsabilidade” – e Andrea Calabi. Portanto, na melhor das hipóteses, houve empate técnico entre os oito anos de FHC e os oito de Lula.

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A armadilha da faxina

Aqui no 247, temos argumentado que a lógica da “faxina” serve mais às forças derrotadas nas últimas eleições presidenciais do que ao governo Dilma (leia mais). Em menos de oito meses, quatro ministros já caíriam e outros quatro – Pedro Novais (Turismo), Paulo Bernardo (Comunicações), Ideli Salvatti (Articulação Política) e Mário Negromonte (Cidades) – estão sob pressão. Não por acaso, a presidente Dilma mandou avisar aos líderes dos partidos que não pretende trocar nenhum outro ministro.

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Ao mesmo tempo, ao se deixar levar pelo discurso da “faxina”, ela vem sendo pressionada por parte da opinião pública e por novos amigos, como FHC, à dar continuidade à limpeza. Até antigos aliados, como o PR, já começam a ensaiar apoio a uma CPI da Corrupção (leia mais), que paralisaria ainda mais os trabalhos do governo, em Brasília. Por isso mesmo, lançamos, aqui no 247, a seguinte questão: FHC é um bom amigo ou amigo da onça? (leia mais).

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