"Falta só um tiquinho para vencer no primeiro turno", diz Lula

Ex-presidente prepara arrancada final nas duas semanas restantes antes das eleições

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de comício em Belo Horizonte, MG 18/08/2022
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de comício em Belo Horizonte, MG 18/08/2022 (Foto: REUTERS/Washington Alves)


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BRASÍLIA (Reuters) - O PT vai dedicar as duas últimas semanas de campanha a tentar fechar o espaço que separa as intenções de voto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma vitória no primeiro turno, investindo na Região Sudeste e também para atrair eleitores dos demais candidatos, especialmente Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Inicialmente reticente a fazer campanha aberta para uma vitória do primeiro turno, Lula mudou o discurso nos últimos dias. "Todas as eleições que eu participei nunca tivemos a chance de resolver no primeiro turno como temos nessas eleições. E não temos que ter vergonha de dizer isso", disse Lula em conversa esta semana com comunicadores dos vários partidos e organizações que trabalham para sua campanha.

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"Se o cara que tem 1% quer ir para o segundo turno, por que nós não podemos querer ganhar no primeiro se falta apenas um tiquinho? Um tiquinho. Veja quanto falta para a gente ganhar. Tem hora que é 5%, hora que é 4%, 3%", acrescentou.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, Lula teria hoje 48% dos votos válidos, quando são excluídos nulos e brancos. Com a margem de erro, isso significa de 46% a 50%. Para vencer no primeiro turno, ele precisa de metade dos votos mais um.

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Segundo pesquisa Ipec também divulgada esta semana, o ex-presidente teria 51% dos votos válidos.

A diferença se dá, principalmente, pelas amostras das pesquisas, que tem projeção diferente das faixas de renda já que, sem o Censo que deveria ter sido feito em 2020, os institutos não têm dados precisos da realidade do país.

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De qualquer forma, a campanha petista vê chances reais de uma onda perto do dia da votação, em 2 de outubro, que leve para Lula votos de eleitores de Ciro e Tebet, e investe nisso. De acordo com as pesquisas, quase metade dos eleitores de ambos ainda declaram que podem mudar de voto. Entre os "ciristas", a maioria diz que Lula seria sua segunda opção.

No Datafolha mais recente, Ciro apareceu com 8% e Simone com 5%.

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Esta semana, as principais centrais sindicais do país divulgaram uma carta pedindo o voto útil em Lula para evitar um segundo turno que, segundo os sindicalistas, só beneficiaria o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). O presidente está em segundo nas pesquisas, com 33%.

Em um texto dirigido especialmente aos eleitores de Ciro, as centrais reconhecem que muitos já apoiaram o pedetista no passado, mas que o momento agora é de união em torno de Lula.

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"Os votos daqueles que ainda pretendem votar em Ciro Gomes justamente porque apostam na construção de tempos melhores farão toda a diferença neste momento, afastando de uma vez por todas a ameaça de continuidade do desgoverno de Bolsonaro", diz a carta.

Na quarta-feira, movimentos populares que apóiam o ex-presidente também se reuniram para organizar a reta final da campanha em ações para terminar a eleição no primeiro turno.

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ARTISTAS E CELEBRIDADES

Dentro da campanha, a estratégia é incentivar essas redes de apoio ao ex-presidente a se movimentarem, nas redes e em ações nas ruas, para virar votos. Lula conta com artistas e outros influenciadores digitais que já declararam voto nele para conquistar eleitores nessa reta final.

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"A busca pelo voto para resolver no primeiro turno não vem diretamente pela campanha, apesar de Lula aqui e ali falar disso, mas via outras pessoas, artistas, gente que declarou voto e atrai eleitores, gente que estava com Ciro e mudou o voto", disse um integrante da cúpula petista próximo ao presidente.

Lula também deve concentrar a campanha, nessa reta final, nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, maiores colégios eleitorais do país e onde sua vantagem para Bolsonaro diminuiu nas últimas semanas.

"São regiões decisivas pelo tamanho dos colégios eleitorais e o voto ali está mudando muito. Lula já esteve em uma posição mais confortável e para tentar a vitória no primeiro turno seria bom recuperar alguma coisa", disse a fonte do PT.

Esta semana, Lula já esteve em Montes Claros (MG) e na próxima sexta-feira voltará a Minas, em Ipatinga. Na semana final da campanha, ele terá um evento com artistas, músicos e influenciadores digitais marcado para São Paulo.

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