Façam suas novas apostas: quem será o próximo?
Muita gente se pergunta para quem ir o sexto carto vermelho a ser dado pela presidente Dilma; Carlos Lupi, do Trabalho, acumula denncias de irregularidades em torno do FAT e est na mira
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Evam Sena_247, em Brasília – Nove meses, cinco ministros demitidos, e o processo de “faxina” contra a corrupção pode não ter uma trégua. Ministros com motivos para estar na berlinda é o que não faltam e, em muitos círculos do poder, multiplicam-se as apostas sobre quem será o próximo.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi herdado pela presidente Dilma do governo Lula, assim como os demitidos Nelson Jobim (Defesa) e Wagner Rossi (Agricultura), e não tem uma relação próxima com a presidente Dilma Rousseff, como o recém-caído Pedro Novais (Turismo). Lupi, que se encontrou poucas vezes a sós com Dilma, teve seu poder diminuído, com a transferências de parte de suas funções, como a relação com as centrais sindicais, para o ministro Gilberto Carvalho (PT), da Secretaria-Geral da Presidência.
O mais agravante são as denúncias envolvendo Lupi e seu chefe de gabinete, Marcelo Panella, também tesoureiro nacional do PDT, em supostos contratos irregulares com a Fundação Pró-Cerrado e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A fundação receberia os recursos sem prestar os serviços, num esquema parecido ao que deu origem à Operação Voucher da Polícia Federal, no Ministério do Turismo, que levou à prisão de 35 pessoas e culminou na queda do ministro ontem.
Lupi já foi chamado pelo Palácio do Planalto para prestar esclarecimentos sobre os negócios de Panella e afastou seu chefe de gabinete para se preservar no cargo. O ministro é ainda acusado de requisitar jatinho da Pró-Cerrado para viagens pelo Brasil. Apesar de contar com o apoio do deputado Paulinho da Força (SP), Lupi já começa a perder a coesão do PDT, com a oposição do deputado Brizola Neto (RJ) do senador Cristovam Buarque (DF).
Fora de foco com o aumento na crise no Turismo, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, pode voltar à frente da fila da “faxina”. Negromonte é acusado de apresentar emendas parlamentares, quando deputado pelo PP-BA, que beneficiaram empresas de pessoas ligadas a ele ou que fizeram doações de campanha. Vítima de fogo amigo e de disputa interna no PP, o ministro foi acusado até de pagar mensalinho para correligionários em troca de apoio.
Em crise desde o início de seu mandato, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, voltou a mostrar-se com frágil representatividade no início do mês com o pedido de demissão da ex-secretária de Cidadania e Diversidade Cultural Marta Porto, que havia sido escolhida pela própria ministra. Responsável por projetos caros ao ministério, como os Pontos de Cultura, Porto reclamou da falta de "espaço e confiança" para desenvolver os projetos do órgão.
A saída de Porto revela o medo de Ana de Hollanda de ser demitida do cargo. As duas tinham pouco diálogo, pois a ministra a via como rival, uma vez que Porto foi o nome cotado para assumir o ministério com as crises no início da gestão. A nomeação de Hollanda não contou com o apoio do PT, que gostaria de levar o ministério.
Com mudanças nas políticas que vinham do governo Lula, como a retirada do Criative Commons (CC) do site do ministério e recuo na reforma da Lei dos Direitos Autorais, a ministra aumentou sua insatisfação com os petistas. Foi necessário nomear uma “interventora” do PT para conter o fogo amigo. Hollanda também foi obrigada pela CGU (Controladoria-Geral da União) a devolver cinco diárias que recebeu irregularmente.
Quem ganha uma sobrevida é o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que teve arquivada na Comissão de Ética da Presidência da República a investigação de denúncia de que viajou em avião da construtora Sanches Tripoloni e em aeronave de empresário do setor de agronegócios, atitude condenável pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal.
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