"Era um avião pequeno, não era jatinho"

A frase do ministro das Comunicaes, Paulo Bernardo, que teve de se explicar no Congresso



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Evam Sena_247, Brasília – Uma regra tem sido propagada por emissários do governo desde que uma onde de crises atinge a Esplanada, derrubando quatro ministros e balançando outros: “todos envolvidos em denúncias irão ao Congresso se explicar”. A regra, portanto, parece não valer para o PT. Deputados petistas tentam impedir, em depoimento do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) em comissão da Câmara, que a oposição interrogue sobre o suposto uso de jatinhos particulares pelo ministro. 

Por requerimento do deputado tucano Antônio Imbassahy (PSDB), a audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara tinha como objetivo inicial discutir o modelo de radio digital para o Brasil. No entanto, quando parlamentares da oposição questionaram sobre o jatinho, petistas tentaram blindar as explicações. 

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gilmar Machado (PT-MG) disseram que a reunião era para discutir a rádio digital. Machado chegou a ameaçar pedir para suspender a sessão. 

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Segundo a revista Época, Paulo Bernardo teria andado em jato particular do empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da construtora Sanches Tripoloni. Segundo o Código de Conduta da Alta Administração Federal, "nenhuma autoridade pode receber transporte" de fonte privada 

A empreiteira, segundo a oposição, aumentou em 600% o faturamento nos governos Lula e Dilma Rousseff. Uma das obras tocadas pela empresa é o Contorno Norte de Maringá, no Paraná, estado do ministro. Segundo a revista, o Paulo Bernardo teria atuado para incluir o anel viário no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), facilitando a liberação de recursos. 

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Paulo Bernardo assistiu à discussão entre os deputados sem se manifestar. Em reposta aos questionamentos, o ministro repetiu que usou aviões particulares durante a campanha eleitoral de 2010, mas que eles eram fretados pela campanha e que os seus donos receberam pagamento pelo serviço. 

Se ontem, em nota, ele disse que não tinha condições de lembrar os “prefixos, tipos ou proprietários” dos aviões nos quais andou, hoje ele negou que tenha estado em jatinho. “Era um avião pequeno, não era jatinho”, disse. Segundo a Época, o avião de Tripoloni é um jato King Air, matrícula PR-AJT.

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No Senado, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentou hoje requerimento na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle para convocação de Paulo Bernardo. O tucano é autor também de requerimento de informação, questionando o ministro sobre quais seriam as origens e destinos dos vôos realizados desde 2009 com a aeronave da Sanches Tripoloni e quais eram os passageiros e tripulantes do avião.

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