Encontro entre Lula e Biden deve ocorrer logo depois da posse, diz Celso Amorim

Presidente eleito disse ao conselheiro de Segurança Nacional dos EUA sobre as dificuldades internas de viajar ainda esse ano

Celso Amorim, Lula e Jake Sullivan
Celso Amorim, Lula e Jake Sullivan (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Evelyn Hockstein)


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247 - O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim informou a jornalistas nesta segunda-feira (5), logo após o encontro entre o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em Brasília, que o encontro entre Lula e o presidente norte-americano, Joe Biden, deve acontecer no início do ano, e não ainda antes da posse, como era esperado. 

“[Sullivan] fez questão de dizer que o presidente Biden estaria disposto a receber o presidente Lula antes mesmo da posse. Lula comentou a situação interna, várias providências que têm que ser tomadas, as negociações diversas que estão ocorrendo e disse que talvez não desse. Não disse ‘não’, mas disse que talvez não desse. Valorizou muito o fato de ter o convite feito dessa maneira, mas que talvez não desse antes da posse. Ele acha que dá para ir logo no início do ano, em uma visita oficial já como presidente. Essa foi a motivação principal do encontro”, detalhou Celso Amorim.

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A conversa entre os dois foi de quase duas horas e teve a presença, além do ex-chanceler, do senador Jaques Wagner (PT-BA). O conselheiro de Segurança Nacional encontrará também, em sua passagem pelo Brasil, com Jair Bolsonaro e o secretário Especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

De acordo com o ex-chanceler, a conversa entre Lula e Sullivan “foi muito ampla, temas regionais, globais, mundiais, ligados à cooperação de desenvolvimento, cooperação de tecnologia, sobretudo de desenvolvimento verde, cooperação científica e tecnológica que os Estados Unidos podem também emprestar ao Brasil e que também podem aprender com o Brasil. E também sobre temas mundiais. O presidente não se furtou a fazer perguntas sobre os temas mais amplos”.

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“O presidente Lula deu muita ênfase à necessidade de uma nova governança mundial, mencionando inclusive o Conselho de Segurança. E o Jake Sullivan disse que na última Assembleia-Geral o presidente Biden já tinha mencionado a necessidade também de mudar o Conselho de Segurança, o número de membros. Mas isso como parte de uma mudança mais geral da governança global”, prosseguiu o embaixador. 

Amorim disse ainda que “falou-se muito” sobre o G20, quando o presidente Lula “lembrou da importância” que o grupo teve na área econômica, logo depois da crise do Lehman Brothers em 2008. “Interessante que o Jake Sullivan recordou - ele próprio teve a iniciativa de recordar - que a Indonésia é o atual, a Índia é o próximo presidente e o Brasil vai ter a presidência [do G20] em 2024. Então demonstrou também interesse em cooperação do Brasil para fazer do G20 um instrumento importante de uma governança global mais democrática e mais justa”, relatou.

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“Falaram muito de clima, de saúde global, falou-se daqui da região, da necessidade de fortalecer a democracia na região de maneira positiva e boa para todos os lados, através do diálogo. Até temas mundiais foram conversados, sem necessariamente entrar em detalhes de como podem ser resolvidos”, acrescentou Amorim. Segundo ele, “temas importantes” como a guerra da Rússia com a Ucrânia também foram conversados, mas o ministro não deu detalhes: “comentários bastante gerais”. “E o interesse que se sentiu foi de que o Brasil pudesse ajudar em algum tema. O presidente Lula disse que estava disposto a ajudar. Foi uma conversa longa, quase duas horas”.

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